Entenda os motivos que levam ao aumento do preço dos combustíveis e como saber qual é o mais vantajoso para o seu automóvel
Nesta sexta-feira (11), a Petrobras elevou nas refinarias os preços da gasolina e do diesel pela primeira vez em 57 dias. A gasolina passou de R$ 3,25 para R$ 3,86. Reajuste de 18,8%. Para o diesel, o preço médio de venda para as distribuidoras passou de R$ 3,61 para R$ 4,51. Alta de 24,9%.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), a gasolina comum era comercializado no Brasil, na semana encerrada no dia 5, pelo valor médio de R$ 6,577. Já o diesel S10 era vendido no mesmo período por R$ 5,668.
Por que o preço dos combustíveis está aumentando?
Desde 2016, a Petrobras, que domina mais de 80% da oferta de combustíveis no país, adota a política do Preço de Paridade Internacional (PPI). Por esse mecanismo, a empresa de capital aberto repassa integralmente a variação da cotação do petróleo, que é negociado em bolsas internacionais, para o preço da gasolina e do diesel que ela vende em território nacional.

Como a moeda do mercado internacional é o dólar, essa cotação também é feita com a moeda dos Estados Unidos, por isso, o preço acompanha as variações do câmbio.
O maior problema é que, mesmo com os aumentos, o preço cobrado pela Petrobras ainda está defasado em relação ao praticado no mercado internacional.
Por que preço do álcool sobe se o etanol não tem petróleo?
No momento da escolha da compra de um veículo, o motorista que opta por um carro flex, espera poder economizar quando chegada a hora de abastecer. Com a alta no preço da gasolina, a esperança era que o etanol se tornasse a opção mais vantajosa, mas isso não aconteceu.

Isso porque, mesmo sendo produzido em quase todo no Brasil e com produtos nacionais – sobretudo a cana-de-açúcar -, o álcool também sofre influência direta da cotação do dólar. Além disso, um outro conjunto de fatores podem entrar na disputa e também explicam a alta no preço do etanol:
- Preço do açúcar no mercado internacional/safra da cana: A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima na produção do álcool e de açúcar no Brasil. Pensando no lucro, usinas brasileiras investem na produção do alimento que está em alta e, por consequência, reduzem a produção do etanol, o que torna o combustível mais escasso. Outro fator pode contribuir para o encarecimento do álcool é a época do ano. Isso porque, a cana-de-açúcar é produzida entre abril e novembro, o que significa que a matéria-prima está em período de entressafra – entre um período de colheita e o próximo.
- Procura por álcool em gel: Com a pandemia, chegou também o aumento na procura de álcool como produto de desinfecção, como o álcool gel, ou produtos de uso sanitário.
- Impactos da pandemia na indústria de combustíveis: Desde o anúncio da pandemia no Brasil, as medidas de isolamento social estabelecidas levaram a uma queda do consumo de combustíveis para o transporte e para a indústria. Isso fez com que sobrasse produto em estoque e, por consequência, o preço dos combustíveis abaixassem. Em alguns casos, o petróleo chegou a ser negociado com preços negativos, por que investidores começaram a ter problemas logístico e de espaço em estoque. Agora, aproveitando a gasolina em alta, o setor de etanol também está subindo os preços em busca de recuperando os prejuízos.
Com saber se vale a pena abastecer com etanol ou gasolina?
Sabe-se, de forma geral, que a eficiência do etanol é menor que a da gasolina, logo, é necessário queimar uma quantidade maior de etanol para ter a mesma eficiência econômica da gasolina.
No começo, foi estabelecido que, se o valor do álcool fosse até 70% do preço da gasolina, abastecer com o etanol seria vantajoso. Mas, segundo um estudo feito pelo Instituto Mauá de Tecnologia em parceria com a entidade que representa os produtores de etanol de São Paulo (Única), através da evolução dos motores e do próprio etanol, hoje, essa proporção está diferente e pode chegar a até 75%.
Além de variar de veículo para veículo, esse percentual também pode mudar, principalmente, com o perfil de direção do motorista. Por isso, indicamos que o dono do veículo faça o cálculo médio através dos preços dos combustíveis de sua região, comprando com quantos quilômetros por litro (km/l) o seu automóvel está fazendo – basta pegar esses dados no computador de bordo do veículo.
Em casos de carros importados que apontem o consumo em litros usados a cada 100 km rodados (l/100 km), é necessário dividir a distância pela quantidade de combustível gasto para obter o resultado.