Segundo Pesquisa do IPC Maps, o brasileiro já tem mais gastos com o carro do que com alimentação e bebidas, por exemplo
O mercado automotivo experimenta um momento de ascenção. Até o final deste ano, R$ 604,5 bilhões serão movimentados no setor, algo em torno de 11% a mais do que em 2021.
Os dados são da Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há quase 30 anos, com base em dados oficiais.
Segundo a pesquisa, há uma nova tendência no comportamento do brasileiro: gastar mais com o carro próprio do que com outras necessidades, como alimentação e bebidas no domicílio.
“Como na ocasião muitas indústrias pararam de produzir, principalmente autopeças eletrônicas, as empresas tiveram de prolongar os prazos de entrega e reajustar seus valores. Enquanto isso, crescia a demanda por transportes via aplicativos e deliveries, tanto pelo consumidor — que passou a usar mais esses serviços —, quanto pelos trabalhadores — que viram nesse segmento uma oportunidade de compensar a perda do emprego ou de parte do seu salário, ou mesmo, de ter uma renda extra”, avalia.
Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps.
Ainda segundo o estudo, de 2019 para cá, o potencial de consumo na categoria subiu quase 200%.
Principais gastos com o carro
Para o cálculo, leva-se em conta gastos com o carro como consumo de combustível, manutenção automotiva, troca de óleo, custo com estacionamentos, trocas ou reparos em pneus, lavagem e até mesmo a compra de carros.
Evolução da frota
Em 2021, 109 milhões era o tamanho da frota nacional, incluindo automóveis, ônibus, caminhões, motos, entre outros. Em 2022, essa quantidade subiu para mais de 113,4 milhões de veículos.
No entanto, no mesmo período, quase 70 mil empresas de comércio e reparação de veículos baixaram suas portas, totalizando hoje 863.557 unidades no Brasil.
Índices de potencial de consumo de acordo com a região
Este relatório mostra o crescimento no potencial de consumo de cada classe social com relação aos investimentos com o carro próprio.
Na região norte, por exemplo, todas as classes sociais (A, B1, B2, C1, C2, D e E) apresentaram crescimento nos gastos com o carro em 2022 quando comparado ao mesmo período em 2021.
Destaque para as classes C2 e A, que aumentaram seus gastos em 31,12% e 25,87%, respectivamente.
Apenas as regiões sudeste e centro-oeste tiveram perda no potencial de gastos com o carro em algumas classes se comparados os números de 2022 a 2021.
No sudeste, por exemplo, B2 e C1 perderam 0,84% e 1,66%, respectivamente, no potencial de gastos.
Já no centro-oeste, a classe C1 perdeu 3,18% no potencial de gastos com o carro.
Índice de Potencial de Consumo no Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo
Na região sudeste, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram queda no potencial de gastos com o carro em alguma classe social.
Em Belo Horizonte, por exemplo, as classes B2 e C1 tiveram queda de 15,82% e 20,91%, respectivamente.
Já Curitiba, apenas as classes D/E perderam potencial de gastos com o carro, com queda de 25,92% para ambas somadas.
No Rio de Janeiro, as classes B2 e C1 perderam, respectivamente, 12,56% e 16,94% no potencial de gastos com o carro.
Por fim, em São Paulo, também as classes B2 e C1 perderam potencial de gastos com o carro, com 15,96% e 20,51%, respectivamente.