Geely: saiba tudo sobre a marca chinesa

De uma pequena fábrica de refrigeradores a dona da Volvo: conheça a história da chinesa Geely, que já vendeu carros no Brasil

A chinesa Geely é atualmente um dos maiores grupos automotivos do país asiático e do mundo. Sozinha, ela é a controladora da própria marca Geely e também da Lynk & Co, Volvo, Lotus, Polestar e da London Electric Vehicle Company, que é a empresa fabricante dos famosos táxis londrinos.

Mas nem sempre foi assim. Antes de se tornar uma gigante global, o grupo industrial Geely era apenas uma empresa local, que se destacava por produzir e vender refrigeradores acessíveis. Alguns bons anos iriam se passar antes que a companhia criasse o seu primeiro protótipo de um automóvel. Confira essa trajetória a seguir.

Geely Number 01

A Geely surgiu em 1986 e poucos anos decidiu entrar no mercado de motos. Mas nos anos 1990, o fundador da companhia, o hoje bilionário Li Shufu, queria criar um carro de luxo.

Nessa época, o mercado automotivo chinês era bem diferente do atual. Alguns poucos fabricantes locais produziam em pequenas quantidades carros obsoletos de grandes fabricantes internacionais.

Pois em 1996 a empresa revelou o protótipo o Geely Number 01. De acordo com o site China Car History, o protótipo era basicamente um Hongqi CA7200 (um Audi 100 produzido sob licença na China) equipado com uma carroceria totalmente nova, copiada do Mercedes-Benz Classe E de geração W210.

Quanto às especificações de motor, hoje em dia não é possível especificar o que foi usado no Geely Number 01, já que o Hongqi utilizava motores da Audi, da Nissan e até mesmo da Chrysler.

No final das contas, o Geely Number 01, criado em 1996, não chegou a entrar em produção. Apenas o protótipo foi construído. E, inclusive, não se sabe o fim dele. A última vez em que foi visto, em 2009, estava bastante deteriorado, inclusive faltando peças como a grade e as portas.

O primeiro automóvel de produção da empresa foi o hatch compacto Geely HQ. Lançado em 1999, era derivado do projeto do Daihatsu Charade de 3ª geração, modelo vendido no Japão no início dos anos 1990.

Geely no Brasil

A Geely já atuou no Brasil. A marca chinesa esteve no mercado nacional pelas mãos do Grupo Gandini (mesmo importador da Kia) entre os anos de 2014 e 2016. 

Durante esse período, a montadora comercializou os modelos EC7 e GC2. Mas pouco mais de 1.200 carros foram emplacados nos dois anos de atuação no país. 

O principal motivo dessa curta passagem está relacionado às particularidades do mercado automotivo brasileiro. E não a problemas com os produtos. A Geely chegou por aqui no final da invasão chinesa, iniciada na 2ª metade dos anos 2000.

Época em que os carros importados da China já deixavam de ter o fator preço como vantagem frente aos nacionais. Algo que, somado à desconfiança em relação aos automóveis do país asiático, espantou potenciais compradores dos modelos da Geely.

Na época, as partes envolvidas fecharam uma espécie de acordo com prioridade para retomada das atividades quando a situação se mostrasse mais favorável à Geely. Mas o Grupo Gandini abriu mão da representação em 2018, decidindo focar os seus esforços na sul-coreana Kia.