A Puma se consagrou no mercado automotivo nacional com a produção de esportivos em uma época em que a importação era proibida. Conheça mais sobre a história da marca aqui.
Em 1960, o Brasil vislumbrava o automobilismo apenas como coisa “de gringo”, pois somente lá fora existiam modelos que faziam os fãs de velocidade sobre quatro rodas sonhar alto. Porém, isso mudou com a fundação da Puma Veículos e Motores.
A empresa, criada pelo italiano Rino Malzoni, começou uma história de modelos ricos em beleza e aerodinâmica, além de consagrar alguns em competições.
A história da marca se iniciou em 1964, quando Malzoni criou, sobre a estrutura DKW Vemag, a carroceria do GT Malzoni, primeiro Puma da história.
Ainda sem ter estrutura suficiente para fabricar motores e conjuntos mecânicos, Rino se aproveitava das estruturas de outras marcas. E foi em sua oficina que o italiano criou seu modelo pioneiro, chegando a exportá-lo para Estados Unidos e Europa.
A Puma, desde sua criação, teve uma relevância muito grande para o mercado automotivo brasileiro, principalmente por conta de seus belos desenhos da carroceria e a excelente performance.
Assim como qualquer marca, a empresa brasileira também enfrentou algumas pedras no caminho, como por exemplo o preconceito daqueles que menosprezavam a marca por não pertencer a uma grande montadora.
Poucos sabem, mas, inicialmente, a Puma se chamava Lumimari, se tornando o nome que conhecemos hoje apenas dois anos depois, mais precisamente no dia 12 de novembro de 1966.
A troca aconteceu porque Rino fez sociedade com Jorge Lettry, recém-saído da Vemag, onde era o chefe do departamento de competições, e este falou que Lumimari parecia nome de loja de lustres.
A mudança de nome veio quando a marca já produzia um modelo para as ruas, e o nome Puma, especificamente, veio por causa do felino que habita as Américas e que no Brasil é tido como “O Rei da Montanha”.
A Puma Veículos e Motores era sediada na zona leste de São Paulo. Em 1967, a empresa ainda tinha uma tímida fábrica em tamanho quando passou a produzir o Puma GT, um modelo maior e de linhas mais fluidas que o GT Malzoni.
O Puma GT em sua versão de rua estreou no Salão do Automóvel de 1966 e ficou popularmente conhecido por Puma DKW. O modelo era baseado na carroceria do GT Malzoni, mas com mudanças estéticas e técnicas, além de um melhor refinamento no acabamento.
A frente do Puma GT ganhou nova grade e parachoques, o painel de instrumentos recebeu um novo desenho com acabamento em madeira, a porta avançou e ganhou um novo recorte e a traseira também foi redesenhada recebendo inclusive uma nova lanterna (que era a mesma peça que equipava a luz de seta dianteira da picape Chevrolet C-10, mas com lentes vermelhas.
Realmente, o modelo era muito refinado, e por isso era vendido por um valor alto para a época, sendo produzidas apenas 125 unidades.
Os modelos mais famosos da marca foram os Puma GTE e GTS, apresentados em 1976, ambos utilizavam a nova plataforma do Volkswagen Brasília.
Puma GTE Puma GTE Puma GTs Puma GTS Puma GTS
Esta plataforma da marca alemã era mais larga e permitia um espaço interno maior, fazendo com que o modelo GTE ganhasse janelas no lugar das famosas entradas de ar em formato de guelras de tubarão, aumentando o ângulo de visão do condutor.
Fim de uma era
Existem vários motivos que explicam o fim da fabricação de modelos da Puma Veículos e Motores, entre eles está o fato que uma de suas fábricas, a de Presidente Wilson, tinha muitas enchentes, o que prejudicava sua operação, além de alguns incêndios também aconteceram, causando assim muitos prejuízos à empresa.
E em sua história, a Puma tem muitas lembranças de perdas. A marca exportava carros para vários países, como Canadá, Estados Unidos, Japão, Emirados Árabes e vários lugares da Europa, principalmente. Em uma dessas exportações, para o Kuwait, no Oriente Médio, quase 30 carros foram perdidos em uma enchente.
Desde seu fechamento oficial em 1985, quando foi decretado sua falência, uma legião de fãs da Puma vive na saudade da maior marca de esportivos que o Brasil já teve, vendendo mais de 22 mil carros em seus anos de ouro.
Protótipo Puma nos dias atuais
A Puma Automóveis voltou a fabricar veículos exclusivos por encomenda em 2013, por meio da sociedade entre Reginaldo Galafazzi e Fernando Mesquita. Atualmente, é produzido o modelo GT Lumimari, com apenas 10 unidades vendidas no mundo.
O modelo tem motor 4 cilindros, em posição transversal central-traseira, capaz de gerar 180 cv de potência e 25 kgfm de torque, acoplado ao câmbio manual de cinco marchas com tração traseira. O lema da empresa atualmente é “das pistas viemos, pelas pistas voltaremos”.
5 Comments
Conheci uma fábrica na avenida presidente Wilson altura do 4400
Muito bom ter informações sobre a marca Puma, sou presidente do Club da Puma em SC
Sou fã dos pumas, cheguei a possuir cinco, mas por problemas financeiro, vendi. Agora tenho dois, um, TUBARÃO 73 está no fim da restauração. Sou apaixonado pelos meus pumas.
Fico alegre en saber que vai voltar em fábrica. Mas espero que as grandes multinacionais não ha quebrem como ocorreu com a troller
Esqueceram dos Pumas GTB nas duas séries motor 6cc Chevrolet era o top dos tops dos anos 70