Conheça a história do icônico esportivo Shelby Cobra, modelo de origem britânica e americana que fez sucesso nas competições nos anos 1960
Nas 24 Horas de Le Mans de 1966, a marca do oval azul encantou o mundo com os Ford GT40. História que foi retratada pelo filme Ford vs. Ferrari, de 2019. Mas essa parceria só foi possível graças ao sucesso da parceria formada para a produção do Shelby Cobra.
Com uma carreira de alguns anos como piloto profissional nos Estados Unidos e Europa, o americano Carroll Shelby se acostumou a competir com os carros esportivos de marcas como Ferrari e Aston Martin.
Mas embora fossem belas e caras máquinas, Shelby ficou decepcionado com a confiabilidade mecânica dessas máquinas. Decidido a produzir o seu próprio automóvel, ele decidiu que iria combinar o visual dos roadsters europeus com a cavalaria dos motores V8 que equipavam os carros de rua dos Estados Unidos de então.
Para isso, ele iniciou negociações com a britânica AC Cars. Fabricante do roadster Ace, a marca britânica havia ficado sem um motor para equipar o seu carro e a proposta de Shelby veio em boa hora. Desde que a empresa fosse capaz de alterar o esportivo para contar com um motor V8 no lugar dos seis cilindros em linha usados até então.
Depois de receber um não da General Motors, Shelby buscou a Ford. Interessada em ter um carro esportivo para competir em provas nos Estados Unidos, a marca concordou em ceder motores.
Foi assim que surgiram em 1962 os primeiros Cobra. Projetados para os motores Ford 4.3 e 4.7 V8, esses carros (conhecidos como Mk1) tinham um processo de produção complexo: o carro era praticamente finalizado na fábrica da AC no Reino Unido, mas recebiam o motor e o câmbio apenas na oficina da Shelby, em Los Angeles (EUA).
Em 1963, esse Cobra de 1ª geração foi substituído pelo Mk2. O modelo recebeu um novo sistema de direção por pinhão e cremalheira (com componentes vindos do esportivo MGB e até do Volkswagen Fusca) e uma nova suspensão traseira com feixe de molas transversais.
A combinação da carroceria leve com um conjunto motriz potente e confiável transformou o Shelby Cobra em uma máquina de ganhar corridas na América do Norte, onde o esportivo se acostumou a derrotar o Chevrolet Corvette.
É claro que o bom resultado dos Shelby Cobra foi notado pela própria Ford, que decidiu se aproximar da empresa para criar uma imagem própria nas pistas.
Essa parceria entre a Ford e a Shelby resultou nos famosos Mustang Shelby, no GT40 citado mais acima e também no Cobra Mk3. A última evolução do roadster , revelada em 1965, trazia um novo chassi e a famosa carroceria de linhas musculosas. Era equipado com motores Ford 4.7 ou um “big block” 7.0 V8.
Mas a sua produção foi suspensa em 1967. Em 1968, Shelby vendeu a marca para a Ford e permaneceu longe do mundo dos fabricantes de carro até o início dos anos 1980.
Continuação
Embora a produção dos Shelby Cobra tenha parado no final dos anos 1960, desde os anos 1980 várias réplicas (oficiais ou não) do modelo surgiram ao redor do mundo.
A própria Shelby produz até hoje nos Estados Unidos uma espécie de série de continuação dos Cobra originais, que combina novos chassi com carrocerias de fibra de vidro, alumínio e até fibra de carbono.
Já a AC Cars fez o mesmo no Reino Unido. Com o nome de AC Cobra, o modelo pode ser equipado até com um conjunto motriz elétrico de 625 cv.
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