Esportivo brasileiro tinha mecânica VW a ar e conquistou o público justamente pelo visual. Conheça mas sobre sua história aqui.
A período entre os anos 1960 e 1980 foi bastante rico para os carros fora de série no Brasil. Modelos que utilizavam conjuntos mecânicos das grandes marcas em carrocerias únicas de automóveis esportivos ou de luxo.
Além de empresas como a Santa Matilde, um grande fabricante de equipamentos ferroviários que decidiu criar um carro de mesmo nome, um dos modelos mais icônicos desse período é o Puma GT, produzido pela empresa paulistana de mesmo nome.
Já abordamos aqui no blog da InstaCarro a história da Puma, então vamos nos concentrar na história do esportivo. O Puma GT foi lançado em 1966, como uma variação para uso em rua do GT Malzoni de competição.
Pensado como um modelo compacto e esportivo, tinha uma carroceria de fibra de vidro e pesava 800 kg. Já o motor dianteiro era o conhecido 1.0 de três cilindros e dois tempos vindo dos carros DKW e permitia ao modelo atingir 145 km/h. Marca interessante para um carro brasileiro daquela época.
O GT Volkswagen
Mas esse primeiro GT DKW durou pouco tempo e teve uma produção de 125 unidades. Já em 1967 a Volkswagen comprou a Vemag (que fazia os DKW sobre licença no Brasil) e encerrou a produção dos modelos e motores do concorrente.
Com isso, Puma GT teve que ser modificado para receber uma nova mecânica. Além de uma nova carroceria, ganhou um chassi modificado de Karmann-Ghia e passou a trazer o motor Volkswagen 1.500 a ar na traseira.
Em 1970, o modelo passou a ser conhecido como GTE (Gran Turismo Exportação), ao incorporar mudanças visuais e o motor 1.600 a ar de 70 cv. No mesmo ano, esse cupê recebeu a companhia do conversível GTE Spyder (depois conhecido como GTS).
Vale destacar que, ciente da baixa potência do motor original, a Puma oferecia kits de preparação de fábrica para tornar os esportivos mais nervosos.
Já em 1976, esse modelo trocou a plataforma de Karmann-Ghia pela base do Brasilia. Modificação que inclui alterações na carroceria com a adoção de uma bitola mais larga e janelas traseiras laterais.
Novos retoques vieram em 1981, com retoques na parte dianteira e na traseira (para-choques e lanternas) e a troca dos nomes para GTI (cupê) e GTC (conversível).
O P-018
O auge da produção da Puma aconteceu em 1979, com a entrega de 3.595 carros. A última evolução desses carros a ar veio em 1981, com o lançamento do modelo P-018.
Era uma evolução dos GTI e GTC, com o qual compartilhava a mesma base. Mas com uma carroceria mais atual e com linhas inspiradas no GTB (modelo maior, com mecânica Chevrolet Opala) e a suspensão dianteira mais atual, vinda do Volkswagen Variant II.
Mas o baixo desempenho proporcionado pelo motor VW Boxer 1.6 já pesava contra o modelo e o seu visual esportivo. Com isso, o P-018 teve uma produção de apenas 40 unidades e não fez a Puma voltar aos bons tempos dos anos 1970.
Em crise, a Puma cedeu em 1985 os direitos sobre a marca para a empresa Araucária, que seguiu produzindo carros em escala produzida até a Alfa Metais assumir os direitos em produção em 1987, com os modelos AM1 e AM2 (cupê e conversível baseados no P-018) e os novos AM-3 e AM-4, que traziam motores Volkswagen AP adaptados para uso na traseira.
Mas mesmo esses carros mais recentes seguiram com produção intermitente até por volta de 1994, quando foi montada a última unidade do modelo AM-4.