Saiba quanto custa, em média, converter um carro antigo em carro elétrico e dar uma sobrevida para o clássico que você tanto ama
Atualmente no mercado automotivo brasileiro, o modelo mais barato 100% elétrico é o CAOA Chery iCar, que custa R$ 139.990. Não é barato, pensando que o subcompacto, se fosse a combustão, custaria bem mais em conta.
Em um cenário de modernização e em um momento que as empresas estão virando a chave para carros eletrificados, muita gente começa a se perguntar se é possível converter um modelo movido a combustíveis fósseis em elétrico. A resposta é sim!
Apesar da possibilidade de conversão, o trabalho não é tão acessível, principalmente em modelos que ainda carregam motores antigos. Há de se fazer, muitas vezes, uma total mudança do modo de funcionamento do carro.
Benefícios de um carro elétrico
Se você tem um carro clássico e quer transformá-lo em elétrico, pode ser uma boa ideia, já que você terá um item de coleção, porém se encaixando aos tempos atuais. Além disso, um carro elétrico traz alguns benefícios interessantes. Além da questão ecológica, pois esse tipo de veículo não emite gases poluentes, os modelos eletrificados são extremamente econômicos.
O que saber antes de converter um carro a combustão?
É importante você pesquisar bastante sobre os prós e contras de se converter um carro antigo em elétrico. Lembre-se que, se você tiver um carro clássico e ele for mexido para andar como elétrico, não poderá mais usar a placa preta, por exemplo.
Além disso, procure um profissional que entende do assunto para te ajudar a escolher o motor elétrico e qual será a melhor voltagem a funcionar no sistema do seu carro. Você pode escolher entre 96 a 192 Volts.
Nessa escolha, além de decidir sobre a voltagem, ele também irá se explicar sobre o controlador de corrente contínua (CC, ou DC em inglês), e um motor CC, essenciais para a conversão. Entender sobre tudo isso evitará gastos desnecessários no processo.
Afinal, quanto custa?
Segundo empresas especializadas em realizar o procedimento de conversão, os interessados não vão gastar menos de R$ 23 mil no processo inteiro. Por exemplo, o valor de transformação de um Ford Ka flex em elétrico sai em torno de R$ 57 mil. O preço vai variar do tipo de veículo.
Como já dito, essa conversão mexe com muitos itens do carro, como principalmente o motor e periféricos, além da bateria. Além disso, há o custo de mão de obra de um profissional especializado no assunto, que provavelmente será caro.
Só para instalar o conjunto motriz elétrico, é necessário a retirada do motor a combustão, o tanque de combustível, o silenciador e o escape. Em alguns casos, o câmbio também é retirado, embora em outras situações esse item seja reaproveitado.
E ainda, ar-condicionado, aquecimento e servo-freio exigem a instalação de componentes adicionais para funcionar em paralelo com o novo motor eletrificado. Em um carro clássico, alguns itens, como ar-condicionado, podem não existir, mas mesmo assim as especificidades do modelo deverão ser analisadas para não haver um problema pós conversão.
É legal ou ilegal a conversão?
A conversão de um carro a combustão para o modo elétrico é legal diante da lei, porém precisa ser realizado por uma empresa homologada junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Potência e economia
Segundo a empresa Electro, modelos como Renault Kwid, VW Fusca e Fiat Uno, uma vez convertidos, poderiam contar com 70 cv de potência e 100 quilômetros de autonomia. No caso do Ford Ka, após se tornar elétrico, o hatch conseguiria proporcionar uma economia de R$ 6 mil ao ano, rodando 20.000 km no período.
A economia não é causada apenas pela falta da necessidade de ir ao posto de gasolina, mas também porque os carros elétricos possuem um custo de manutenção mais barato e simples. De olho nesse mercado, no exterior, por exemplo, montadoras como a General Motors e a Jaguar já lançaram kits oficiais para aqueles que desejam converter modelos clássicos em elétricos.
Apesar das grandes fabricantes automotivas já estarem criando os kits de conversão, em comparação com empresas apenas especializadas, os motores “oficiais” são bem mais caros, sendo que somente o propulsor pode chegar a custar mais de R$ 45.000.
Documentação
Após passar pela modificação, o veículo antigo convertido em elétrico precisa de uma autorização do Detran (de acordo com o artigo 30 da Resolução do Contran).
Esse artigo exige que veículos modificados passem por uma inspeção veicular, obtendo o CSV (Certificado de Segurança Veicular).
Um carro elétrico convertido também necessita ter um CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito), de acordo com o artigo 20 da Portaria 190/09 do Denatran. O CAT certifica que o carro antigo convertido em elétrico atende a uma série de testes, e assim, pode ter um código registrado no sistema Renavan.