Honda City hatchback Touring evoluiu muito em relação a antiga versão do sedã, mas antigos donos de Fit sentiram diferença
O Honda City chegou ao mercado automotivo brasileiro com um objetivo acanhado, querendo ser uma opção de sedã médio abaixo do seu famoso irmão Civic. À sombra do famoso concorrente do Corolla, o modelo só realmente se tornou ambicioso quando a fabricante decidiu acabar com o consagrado Honda Fit para dar lugar ao City Hatchback.
O Fit já vinha com os dias contados, principalmente porque não se enquadra mais na escala industrial implementada pela empresa japonesa nos últimos anos. Resumo: era necessário economizar de todas as formas, inclusive na linha de produção. Sobrou para o monovolume.
Em sua sexta geração, o City não é novo no mercado, inclusive começou a ser produzido em 1981, porém só chegou ao Brasil em 2009. Uma ironia do destino é que quando lançado no Japão, na década de 80, o modelo nasceu justamente como um hatchback.
Os órfãos do Honda Fit, gostando ou não, terão que se adaptar ao seu sucessor, principalmente porque são carros diferentes. O problema, para alguns, é que o City, apesar de hatch, abandonou totalmente o estilo do monovolume. Para te ajudar a entender melhor a nova opção no mercado, testamos a versão topo de linha Touring que custa a partir de R$ 130.000.
Design interno e externo
Apesar da entrada no segmento brasileiro de hatchs, o City manteve traços do Honda City sedan, que avaliamos aqui para o Blog. Mas, o modelo se diferencia na grade frontal do tipo colmeia e, obviamente, na traseira. A inspiração, talvez, veio do Mercedes-Benz Classe A, que deu certo e deixou a parte de trás com muita personalidade.
Internamente, o veículo da marca nipônica aproveitou o visual do Accord, como o painel de instrumentos de 7 polegadas, botões do ar-condicionado e o volante. Apesar do acabamento em plástico, a Honda caprichou na qualidade dos materiais e cores.
O City hatchback carrega um sistema multimídia com tela de 8 polegadas e espelhamento sem fios. Porém, a interface é um tanto quanto genérica quando comparado com os outros modelos da marca.
Desempenho do Honda City Hatchback Touring
Apesar da opção de trazer o motor 1.0 turbo para o City, a Honda achou melhor continuar com o 1.5 16V flex aspirado, porém evoluído. Construído em alumínio, com duplo comando de válvulas e injeção direta de combustível, o propulsor gera 126 cv de potência e até 15,8 kgfm de torque, acoplado ao câmbio CVT de sete marchas, com opção de trocas manuais via borboletas no volante.
Dirigindo o modelo, é perceptível o quanto o City se tornou um carro melhor de dirigir, seja no modo Eco e até no Sport.
Vale ressaltar também como o câmbio CVT é preciso, oferecendo bom torque nas arrancadas e extrema suavidade nas trocas. Aquela sensação de câmbio patinando acabou.
Assim, o Honda City hatchback Touring anda bem na cidade e na estrada e, tudo isso, com economia de combustível elogiável: em nossos testes com gasolina no tanque e com o modo ECON acionado, registrou 11,5 km/l na cidade e 16,2 km/l na estrada.
Ah, e o modo ECON não anestesia em excesso o comportamento do carro, pelo contrário, você esquece até que ele está ligado.
Itens de série do Honda City Hatchback Touring
Na versão Touring, o consumidor conta com um pacote bem completo de itens de série. Inicialmente, o City traz seis airbags, sistema start-stop, ar-condicionado automático, câmera de ré, alerta de baixa pressão dos pneus, bancos em couro, controle de cruzeiro e monitor de ponto cego.
Além disso, quando comparado com a versão EXL, a topo de linha disponibiliza de série faróis full LED, sensor de estacionamento na dianteira, saídas de ventilação para o banco traseiro e quatro alto-falantes extras (oito ao todo).
A Honda ainda oferta o pacote Sensing que basicamente é composto por recursos de assistência à condução, tais como: controle de cruzeiro adaptativo, permanência em faixa, ajuste automático do farol alto, frenagem autônoma de emergência, sistema de mitigação de evasão de pista com correção ativa do volante e sistema de centralização e permanência em faixa.
Veredicto
A versão Touring do City hatchback possui tecnologias semi-autônomas que fazem dele um diferencial no segmento em que atua. Além disso, quem é fiel à marca tem agora um modelo com powertrain modernizado, bem equipado, que conta com tecnologias automotivas semiautônomas e que bebe pouco combustível.
Porém, esse pacote de modernidades fazem do City Touring o mais caro entre seus concorrentes e um veículo que nem de longe oferece o custo-benefício do Fit.
Mas mesmo cometendo essas pequenas falhas, é um dos melhores veículos do segmento, se não o melhor. Por isso, antes de comprar o seu novo hatch, dê uma olha no City hatchback Touring. Você pode se apaixonar.
Ficha técnica do Honda City Hatchback Touring
Motor | quatro cilindros em linha, 1.5, 16 válvulas, injeção direta com comando variável I-VTEC e VTC |
Cilindrada | 1.497 cm3 |
Combustível | flex |
Potência | 126 cv a 6.200 rpm (gasolina/etanol) |
Torque | 15,8 kgfm (etanol) / 15,4 kgfm (gasolina) a 4.600 rpm |
Câmbio | CVT de sete marchas simuladas |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira) |
Tração | dianteira |
Dimensões | 4.341 mm (comprimento), 1.748 mm (largura), 1.498 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.600 mm |
Pneus | 185/55 R16 |
Porta-malas | 268 litros |
Tanque | 39 litros |
0-100 km/h | 10,8s |
Vel. máxima | 175 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 13,3 km/l (gasolina) e 9,1 km/l (etanol) |
Consumo estrada (Inmetro) | 14,8 km/l (gasolina) e 10,5 km/l (etanol) |