Chevrolet Corsa começou a ser vendido no Brasil no começo dos anos 90, mas de lá pra cá, passou por grandes mudanças e agora é de marca concorrente.
Provavelmente se você mora no Brasil, independente de qual cidade, você já teve ou conheceu alguém que teve Chevrolet Corsa na garagem, principalmente no começo dos anos 2000.
O modelo foi uma das sensações do mercado automotivo brasileiro quando chegou por aqui em 1994, graças ao boom de veículos 1.0 que prometiam mais tecnologia automotiva e maior economia de combustível.
Sua história no mundo, no entanto, começou bem antes e o foco era brigar em um mercado concorrido, onde a Volkswagen já tinha colocado como seu representante o Polo, enquanto a Ford seguia bem no mercado com o Fiesta.
Assim, em 1983, a Opel, fabricante alemã subsidiária na época da GM, lançou o primeiro Corsa. Quadrado, hatch e com apenas 3.500 mm de comprimento, o modelo ganhou tal nome pelo seu desempenho esperto, já que Corsa significa “corrida” em italiano.
Ao chegar na Europa o modelo teve sucesso, com variadas versões e motores 1.0, 1.2, 1.3 e 1.4. O Corsa era econômico e, para a época, moderno aos olhos do consumidor. Foi fabricada também uma versão esportiva para o veículo, batizada de GSi, com motor 1.6 e 100 cv de potência.
Chegada ao Brasil
Dez anos depois, em janeiro de 1994, o Corsa desembarcava no Brasil sob a marca Chevrolet. Por aqui, o hatch havia deixado para trás as linhas retilíneas, contando com agora com curvas e aspecto simpático.
O então chamado Corsa Wind era o único com injeção eletrônica no mercado brasileiro e era vendido por um preço bem semelhante a outros modelos populares. Com todos esses “prós”, o Corsa foi crescendo no mercado brasileiro e no mundo, quando então em 1999 se tornou o carro mais vendido do planeta.
Além da versão hatch, o Corsa também teve sucesso com configurações perua, picape e sedã. Aqui, sua maior mudança foi em 2002, quando então a Chevrolet lançou o “Novo Corsa”. Inspirado nos modelos europeus, a novidade contava com dois tipos de motores: 1.0 de 71 cv ou 1.8 de 102 cv de potência.
Assim como a proposta anterior, o Novo Corsa agradou o público nacional, sendo o segundo carro mais vendido em território brasileiro no ano de 2002, com aproximadamente 132.000 unidades, ficando atrás apenas do renomado Gol.
Derivados do Corsa
De olho na fatia que o Corsa abocanhou, a Chevrolet emplacou ainda dois modelos derivados do Novo Corsa, como a minivan Meriva, veículo que tinha o design do hatch, porém mais alto e espaçoso, e a picape Montana, lançada em 2003, que literalmente era um Corsa com 2 portas e caçamba na traseira.
2005 Chevrolet Meriva
Chevrolet Classic
O Chevrolet Classic foi o nome dado a partir de 2003 para a configuração sedã do Corsa, com o intuito de diferenciar o carro da atualização Novo Corsa de 2002. Mais uma vez, a carinha simpática fez o Classic vender bem, passando a marca de 1 milhão de unidades comercializadas.
Fim do Chevrolet Corsa e do Classic
Em 2012 a Chevrolet anunciou o fim da produção do Corsa aqui no Brasil, principalmente por falta de renovações estéticas e em seus propulsores. O mesmo aconteceu com o Classic, que saiu de linha em 2016, quando figurava apenas como o 29º carro mais popular.
Corsa nos dias de hoje
Fora da linha de produção do Brasil, o Corsa continuou vivo na Europa até hoje sob a fabricação da Opel. O hatch está em sua sexta geração com, inclusive, uma versão elétrica.
Além de perder o Corsa, a GM também se tornou passado na história da Opel, que agora faz parte da Stellantis. Inclusive, o Opel Corsa foi um dos primeiros carros a receber a plataforma EMP1, do Peugeot 208, quando houve a união das empresas.
Atualmente, no catálogo da concorrente da Chevrolet, a Stellantis já deixou diversas vezes no ar a volta do Corsa ao Brasil, algo que nunca se concretizou desde a época da PSA.
Em 2019, por exemplo, a corporação fez um registro de patente do hatchback compacto, igual ou muito parecido com o Corsa europeu, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Porém, a chance do Corsa voltar a ser vendido por aqui é mínima, infelizmente.