Sedã médio brasileiro deve sair de cena e ter o seu espaço ocupado pelo City de nova geração; veja se ainda vale a pena comprar um Honda Civic.
Como já contamos aqui para você, o Honda City deve substituir o Civic no papel de sedã nacional da marca japonesa.
O Civic chegou ao Brasil como importado, em 1992. A nacionalização veio em 1997, mas de lá para cá apenas a carroceria sedã foi produzida no mercado automotivo brasileiro.
Em 2016, foi a vez de a 10ª geração estrear no Brasil. Apesar das qualidades do modelo, o Civic não superou as vendas do seu principal concorrente, o Toyota Corolla. Apenas no acumulado do ano até outubro, foram emplacadas 15.664 unidades do Honda, ante os 33.468 emplacamentos do concorrente nipônico.
Em abril de 2021, o modelo médio estreou uma nova geração nos mercados internacionais. Mesmo com o iminente fim do Honda Civic nacional, ainda há a possibilidade de o carro seguir vivo no Brasil como importado.
Mas com um futuro incerto para essa história de quase três décadas, a pergunta que fica é: ainda vale a pena comprar um Honda Civic?
Honda Civic
A Honda é famosa pelas mudanças de característica a cada mudança de geração do Civic. Um carro mais conservador acaba substituído por um modelo de linhas ousadas e visual esportivo. E vice-versa. O atual Civic de 10ª geração se encaixa justamente nesta última categoria. Faz assim um claro contraste ao sóbrio Toyota Corolla.
Em termos de produto, o Honda Civic “10” segue um carro com ótimas qualidades mesmo em seu fim de carreira. O acerto dinâmico e a posição de dirigir agradam aos que gostam de um estilo de direção mais esportivo.
Embora o motor 2.0 flex aspirado de 155 cv tenha números de potência e torque inferiores ao 2.0 do Toyota Corolla, o propulsor garante um desempenho adequado para a proposta e categoria do modelo, sem fazer feio em termos de consumo de combustível. Com gasolina, as médias são de 10,5 km/l (cidade) e 13 km/l (estrada).
Mas para quem gosta de acelerar, o Honda Civic Touring é o que oferece o comportamento mais interessante, com o seu motor 1.5 turbo de 173 cv, que faz um bom casamento com o câmbio automático CVT. Não é exatamente um esportivo, já que acelera de 0-100 km/h em 8,6 segundos e atinge 208 km/h. Mas dá para se divertir com arrancadas vigorosas e ultrapassagens seguras.
Outros pontos de destaque vai para itens como o espaço interno para passageiros e carga (até 525 litros no porta-malas) e o acabamento da cabine, que de certa forma compensam um dos poucos pontos fracos do modelo: a lista de equipamentos de série, Mesmo no topo de linha Touring, o Civic não traz itens como controlador adaptativo de velocidade de cruzeiro e frenagem autônoma.
Mercado
Justamente por ainda não haver uma decisão sobre o futuro do modelo, ainda é difícil fazer uma avaliação do que irá acontecer com o Honda Civic no mercado automotivo brasileiro.
Caso você esteja de olho em algum exemplar 0km do Honda Civic, vale a pena chorar por um desconto maior no momento da compra.
Mas se seguir a tendência das gerações passadas, o impacto do fim da produção nacional do modelo deverá ser pequeno. O sedã tem uma boa base de fãs e ainda é visto como objeto de desejo, com boa procura no mercado de carros usados. Certamente, colabora para isso a boa reputação da Honda em termos de confiabilidade.
Foi-se o tempo em que o fim da produção marcava necessariamente a condenação de determinado modelo. Embora exista a possibilidade de uma desvalorização acentuada em um primeiro momento, esse ritmo costuma desacelerar com o passar do tempo.