Falta de veículos nas concessionárias pode resultar no encolhimento do mercado de 0km no Brasil em relação a 2020, aponta a Anfavea.
A crise no fornecimento de semicondutores – que tem provocado paralizações totais e parciais nas fábricas de carro ao longo deste ano -, torna incerto qualquer projeção sobre o desempenho dos veículos 0km no mercado automotivo brasileiro em 2021.
É o que apontou a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quarta-feira (6). De acordo com a associação, o mercado de 0km deve fechar 2021 com um total de unidades vendidas que deve variar de 2,038 milhões a 2,118 milhões.
Queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020, respectivamente. O estoque de autoveículos fechou setembro com unidades suficientes para atender a 17 dias. Volume bem inferior ao de setembro de 2019, quando as unidades nas lojas e fábricas podiam atender a até 45 dias de vendas.
“Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. As incertezas para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda”, destacou em nota o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
Produção
No acumulado do ano, a indústria fabricou 1,649 milhão de unidades. O que representa uma expansão de 24% em relação ao volume de 1,330 milhão do ano passado.
A expectativa é fechar o ano com um volume de produção entre 2,129 milhões e 2,219 milhões. Aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior.
Apesar disso, a Anfavea ressalta que o número ainda está bem aquém do desejado e esperado pelo mercado automotivo. O volume fabricado até setembro foi puxado em sua maioria pelos comerciais leves e pelos caminhões.