Conheça a história do Ford Verona e do VW Apollo, modelos irmãos nascido na época da parceria entre as marcas na Autolatina
Em 1987, algo inovador no segmento automotivo aconteceu: a criação da Autolatina. A joint venture formada entre a Ford e a Volkswagen para o Brasil e Argentina entrou em vigência com um acordo gigante onde duas das principais marcas de veículos trabalhariam juntas em diversos projetos.
A união das montadoras deu origem a uma série de veículos nos dois países da América do Sul, entre eles o Ford Verona e o Volkswagen Apollo. Vamos agora entrar a fundo na história desses dois veículos que para muitos eram iguais, porém possuem detalhes que os fazem se diferenciar entre si.
Ford Verona
A produção de automóveis da Autolatina começou, de fato, apenas em 1989. Como primeiro projeto da Autolatina, a Ford começou a produzir o modelo Nevada, que posteriormente se tornou o Verona. Enquanto isso, a Volkswagen já começava a estruturar seu projeto Apollo.
Para quem olhasse rápido, os dois carros eram o mesmo, apenas se diferenciando pelos emblemas, rodas, grades e frisos. Tanto o Ford Verona quanto o VW Apollo chegaram ao mercado em 1989.
Esteticamente, o Verona era um sedã muito atrativo, sendo derivado do Escort com uma traseira feita especialmente para o mercado brasileiro. Na época, o modelo ficou conhecido como o carro mais silencioso do mercado.
Versões
Foram duas versões de acabamento, a LX e a GLX, com a opção de motores que variava entre o 1.6 CHT de 77 cv de potência e o 1.8 AP de 99 cv de potência. A versão de entrada carregava itens interessantes de série, como faróis de neblina, enquanto a GLX contava com painel de instrumentos com conta-giros, trio elétrico e ar-condicionado. Havia a possibilidade de adicionar ao pacote, como opcional, o teto-solar.
A primeira versão do Ford Verona se saiu bem no mercado, durando até 1992. Além da estética, o modelo era bem comentado por aqueles consumidores que queriam um veículo econômico e de baixo custo quanto a manutenção.
Em 1993 entrou em linha a segunda geração do sedã, deixando de ser um projeto exclusivamente brasileiro e se tornando uma versão rebatizada do Ford Orion. Dessa vez, estava disponível nas configurações GL, LX, GLX e Ghia.
Por fora, o Verona continuou conservador e não agradou muito o público que esperava uma revolução de seu design. Já sob o capô, o carro manteve os propulsores anteriores. A versão mais cara, a Ghia, disponibilizava duas opções com injeção eletrônica: 1.8i ou 2.0i.
Ainda na configuração topo de linha, o cliente encontrava vidros, antena, retrovisores e travas elétricas, rádio digital, bancos com ajuste de altura e lombar, volante com regulagem de altura e distância, rodas de liga leve, ar-condicionado e freios a disco nas quatro rodas.
VW Apollo
O Volkswagen Apollo foi um sedã médio com plataforma compartilhada do Ford Verona, porém com especificações da marca alemã. O modelo ficava entre o Voyage e o Santana, com uma carroceria três-volumes e duas portas.
Sua denominação era interessante, já que seu nome, Apollo, foi inspirado em um deus grego e na nave espacial norte-americana que realizou o primeiro pouso na lua. Ao contrário do Verona, o Apollo tinha apelo mais esportivo e trazia somente o motor AP 1800, capaz de gerar 105 cv de potência com etanol e 92 cv com gasolina.
Era oferecido em duas versões: a GL e a GLS. Esteticamente, era um carro sóbrio e moderno. Não havia calha de teto ou quebra-vento. Seus vidros foram posicionados rentes à carroceria para dar um ar mais harmônico ao projeto e seu porta-malas abraçava até 570 litros.
Diferenças ao dirigir Verona e Apollo
Em comparativos da época, rodar nos dois modelos da Autolatina eram experiências distintas entre si, apesar de se parecerem muito. Enquanto o Ford Verona garantia mais conforto na viagem, o Volkswagen Apollo trazia um trocas de marchas mais curtas e mais prazer em acelerar.
Rodando, ambos tinham comportamentos distintos, apesar de serem equipados com o mesmo motor de 1.8 L. O Ford era mais voltado para o conforto, enquanto o Volkswagen trazia câmbio com relações mais curtas e um desempenho mais esportivo.
Fim dos modelos
Com pouco tempo de mercado, o Volkswagen Apollo deixou as fábricas da Autolatina em 1992 por seus números baixos em vendas. Já o Ford Verona teve mais sucesso e saiu de linha apenas em 1997, quando a empresa estadunidense decidiu colocar em seu lugar o Escort Sedan.
Já o fim da Autolatina se deu em 1996, já que as empresas queriam desenvolver projetos exclusivos. As matrizes das empresas também estavam trabalhando em projetos globais, deixando para a Autolatina apenas opções defasadas, já que não existia possibilidade das marcas compartilharem novas tecnologias.
One Comment
Muito boa a matéria. parabéns !