Versão de exportação para o país do Oriente Médio, o VW Passat “Iraque” fez sucesso nos anos 1980 com detalhes incomuns em carros brasileiros
Itens como ar-condicionado e painel com conta-giros eram raridades mesmo nos carros mais caros do mercado automotivo brasileiro dos anos 1980. Um dos poucos que contavam com esses itens de série era o curioso Volkswagen Passat LSE “Iraque”. Que, teoricamente, nunca deveria ter aparecido nas concessionárias brasileiras.
O Passat LSE Iraque foi criado em 1983 pela filial brasileira da Volkswagen, para atender especificamente a uma demanda de exportação para o Iraque. O governo iraquiano pagava esses carros com petróleo para a Petrobrás, que então repassava o dinheiro para o fabricante.
Na comparação com os carros voltados ao mercado interno, os Passat Iraque eram mais sofisticados, embora as diferenças no visual exterior fossem mínimas, como os dois ganchos adicionais para reboque na dianteira e traseira.
Em 1985, o modelo seguiu a atualização visual do restante da linha. Ocasião em que incorporou o painel de instrumentos completo do esportivo GTS Pointer, que se somava ainda a uma lista de itens de série que incluía carpetes mais grossos, radiador de cobre e ar-condicionado de série.
O modelo trazia ainda opções combinações exóticas de revestimentos interno, como os bancos em tom vinho e revestimento de veludo. Preferência do mercado local, já que era muito comum nos carros americanos vendidos no país do Oriente Médio na época.
Por outro lado, embora o Passat para o Brasil tenha adotado o novo motor AP e o câmbio de cinco marchas, a Volkswagen optou por manter no Iraque com o antigo 1.6 MD 270 a gasolina de 72 cv e a transmissão de quatro marchas.
Passat Iraque no Brasil
Assim como outros Passat exportados para outros mercados da África e América Latina, esses carros nunca teriam chegado às concessionárias brasileiras.
Não fosse um excedente de petróleo que fez a Petrobrás solicitar para a Volkswagen a suspensão das remessas de carros. Para não parar a linha, o fabricante decidiu então empurrar o carro de exportação para as suas lojas. Que já se preparavam para ter que lidar com o iraquiano encalhado.
Mas não foi o que aconteceu. Mesmo com o preço muito próximo ao do modelo LS já com o novo motor AP, houve uma boa demanda pelo modelo de exportação. Que acabou vendido no Brasil também entre 1986 e 1987.
No total, foram exportados para o Iraque até 1988 cerca de 170 mil unidades do modelo. Muitas das quais ainda podem ser vistas rodando por lá. Nos mais variados estados de conservação.
One Comment
Muito lindo esse passat Iraque