Com o aumento da Selic para 12,25% ao ano, as lojas buscarão aumentar suas margens, comprando mais barato e vendendo mais caro. Quem deseja vender deve agir antes da desvalorização, e quem quer comprar deve aproveitar antes dos preços subirem ainda mais.
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou hoje (11) uma elevação de 1% na taxa básica de juros, agora em 12,25% ao ano. O impacto será profundo no mercado de seminovos e usados, historicamente um dos mais sensíveis a mudanças no custo do crédito. Nesse contexto de juros mais altos e maior restrição financeira, consumidores e lojistas precisam ajustar suas estratégias com urgência.
Com o aumento da taxa Selic, as lojas tendem a adotar estratégias para proteger suas margens, comprando carros mais baratos e revendendo a preços mais altos. Isso torna o momento decisivo tanto para vendedores quanto para compradores. Se você pretende vender seu veículo, é melhor fazer isso antes que os preços caiam ainda mais. E se deseja comprar, o ideal é agir rápido, porque a tendência é que os valores subam ainda mais com o cenário econômico se deteriorando.
O impacto direto no custo do financiamento
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, mas sua elevação tem um efeito colateral imediato: o encarecimento do crédito. Isso inclui, naturalmente, o financiamento de veículos. De acordo com dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), cerca de 70% das vendas de carros seminovos são realizadas por meio de financiamento.
Com a Selic em patamares mais altos, as taxas de juros cobradas ao consumidor também sobem. Um levantamento do Banco Central indica que, para cada 1 ponto percentual de alta na Selic, as taxas de juros dos financiamentos podem aumentar entre 0,2 e 0,5 pontos percentuais, dependendo da modalidade e do perfil de risco do tomador.
Assim, um carro financiado em 48 parcelas, que custava R$ 50 mil, pode ter um aumento significativo nas parcelas e, obviamente, no custo total ao longo do período, podendo ter um acréscimo de até R$ 5 mil juros que já tende a fazer o comprador pagar entre 1,7 e 2 carros à instituição financeira.
Essa dinâmica tende a reduzir a demanda por carros seminovos e usados, criando um efeito em cascata no mercado. Quando o crédito fica mais caro, muitos consumidores adiam a compra ou optam por veículos mais baratos, exercendo uma pressão baixista sobre os preços.
No primeiro semestre de 2024 a expectativa era de redução da taxa de juros, e com isso o mercado aqueceu. Entretanto, houve uma piora na economia no segundo semestre de 2024, e as conversas sobre aumento da taxa de juros começaram a surgir. Quando isso acontece, o mercado sofre uma queda, mas os preços também.
A relação entre Selic e a desvalorização dos veículos
Dados históricos mostram que, em períodos de altas consecutivas da Taxa Selic, o preço dos carros seminovos e usados tende a cair. Isso ocorre porque o encarecimento do crédito reduz o número de compradores capazes de adquirir veículos financiados, aumentando o estoque nas concessionárias e lojistas independentes.
Assim, com a queda na procura por veículos, seja por quem deseja adquirir ou trocar por um seminovo, é comum que os preços desses carros aumentem na hora da compra. Isso torna o custo total da negociação ainda mais elevado.
Um exemplo claro dessa correlação foi observado entre 2015 e 2016, quando a Selic alcançou 14,25%. Nesse período, segundo a Fipe, o preço médio dos carros usados teve uma queda acumulada de 8% em termos reais, enquanto as vendas recuaram mais de 12%. O mesmo fenômeno pode se repetir agora, com a Selic caminhando para patamares mais elevados.
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No entanto, para quem deseja vender seu carro, este pode ser o momento ideal para aproveitar os preços ainda elevados, antes que a desvalorização se intensifique. A InstaCarro, por exemplo, oferece uma plataforma ágil e eficiente para conectar vendedores aos compradores em potencial, ajudando a maximizar o valor obtido na venda do veículo. Ao antecipar a venda em um momento estratégico, os proprietários podem evitar perdas futuras decorrentes da queda nos preços.
O dilema dos lojistas: estocar ou investir?
Para os lojistas de carros seminovos e usados, a alta da Taxa Selic representa um verdadeiro dilema. Como empresários, eles precisam avaliar cuidadosamente o melhor uso para seu capital em um cenário de juros elevados. O aumento da Selic torna os investimentos em ativos financeiros, como títulos públicos e CDBs, muito mais atrativos. Com taxas de retorno que podem ultrapassar 13% ao ano, investir em renda fixa pode ser uma opção mais vantajosa do que expandir o estoque de carros, que agora estão sujeitos à desvalorização.
Um levantamento recente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores) revelou que cerca de 60% dos lojistas consideram reduzir seus estoques em momentos de alta dos juros, preferindo adotar uma postura mais conservadora. Essa estratégia também é reflexo da menor liquidez no mercado, uma vez que a redução na demanda dos consumidores dificulta a rotação de estoques.
Por outro lado, há o risco de os lojistas serem pegos em um ciclo de retração. Ao reduzirem seus estoques, eles podem perder oportunidades de venda em um eventual reaquecimento do mercado, especialmente se a inflação cair e os juros voltarem a patamares mais baixos.
O papel dos consumidores e o comportamento esperado
Para os consumidores, o aumento da Selic significa reavaliar prioridades e alternativas de compra. Com o crédito mais caro, muitos devem optar por adiar a aquisição de um veículo ou buscar modelos mais acessíveis.
Outro fenômeno que pode ganhar força é o aumento da procura por carros populares, com baixo consumo de combustível, manutenção mais barata ou ainda com menor histórico de desvalorização. Esse movimento pode criar uma segmentação ainda maior no mercado, com os modelos de luxo e alto valor sofrendo maior desvalorização, enquanto os populares mantêm um desempenho relativamente estável.
Cenário da Taxa Selic é alarmante ou oportunidade?
Embora o cenário pareça desafiador, ele também pode representar oportunidades para os mais preparados. Para consumidores com capacidade de compra à vista, este pode ser o momento ideal para negociar descontos significativos, aproveitando a pressão sobre os lojistas para girar seus estoques. Da mesma forma, lojistas mais capitalizados podem adquirir carros a preços mais baixos e se posicionar estrategicamente para um eventual reaquecimento do mercado no futuro.
Para quem está pensando em vender seu carro, a recomendação é agir rapidamente. Com o mercado prestes a enfrentar maior desvalorização, a venda antecipada pode proteger o patrimônio e garantir melhores condições de negociação.
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