O Ford Escort XR3 foi objeto de desejo e fez sucesso no Brasil nos anos 1980 e 1990; conheça a história do modelo a seguir.
Lançado no Brasil em 1983, o Ford Escort era um dos modelos mais atualizados no mercado automotivo brasileiro. Não demorou muito para o carro ganhar uma versão esportiva: a XR3, que estreou em 1984.
Sigla para Experimental Research 3, a denominação era herdada da versão esportiva do Escort europeu. Apostava em um visual caprichado, com faróis auxiliares, bancos, volante esportivo, teto solar, rodas de 14″ e pacote aerodinâmico exclusivo.
Mas além dessa receita visual, o XR3 europeu usava um moderno 1.6 da linha CVH e que desenvolvia razoáveis (para a época) 96 cv. Sem a opção desse propulsor, a Ford brasileira teve que apostar em uma versão mais apimentada do motor 1.6 CHT, um motor de origem Renault e com projeto dos anos 1960.
Com mudanças em válvulas, coletores, comando de válvulas mais bravo e carburação, a potência do CHT saltou de 73 para 83 cv. Mesmo assim, uma marca insuficiente para um carro esportivo.
Apesar dessa falta de um motor mais potente, o Escort XR3 virou objeto de desejo. Em 1985, foi a vez de incorporar uma opção de carroceria conversível.
Escort XR3 “2ª geração”
Em 1987, o Escort passou por uma profunda reestilização no mercado brasileiro. As mudanças seguiam as novidades criadas inicialmente para a Europa e foram tão profundas que o mercado entendeu como uma mudança de geração.
O XR3 seguia com a opção de carroceria de três portas ou conversível. Mas o motor 1.6 CHT ganhava novas modificações para desenvolver 86,1 cv.
A falta de fôlego do Escort esportivo só iria passar em 1989. Por conta da Autolatina, o modelo passou a ser equipado com o mesmo motor AP 1.8 S que era usado no concorrente Volkswagen Gol GTS.
De concepção bem mais atual que o CHT, desenvolvia 99 cv (marca oficial, acredita-se que o número real era maior) e era combinado com o elogiado câmbio de cinco marchas da marca alemã.
Por fora, o Escort XR3 não mudou muito com a troca do motor. Exceto pela adição do logotipo “1.8” na traseira, rodas com novo desenho, molduras nas caixas de rodas e lentes dos piscas incolor ao invés de âmbar.
Escort XR3 de 3ª geração
A última geração do Escort XR3 chegou ao mercado automotivo brasileiro em 1993. Além da carroceria e interior totalmente novos, pela primeira vez o modelo trazia um motor com injeção eletrônica. Um atraso de 11 anos em relação ao XR3i europeu.
O propulsor era o mesmo AP 2.0 8V usado no Gol GTI e que desenvolvia 116 cv com gasolina. Por fora, além das rodas de liga leve e da asa traseira, o XR3 se diferenciava das versões normais pelo para-choque dianteiro exclusivo e com luzes de neblina incorporadas.
Por dentro, o Escort tinha volante de três raios com a coluna de direção com regulagem telescópica, além de um sistema toca-fitas de fábrica com sistema de equalização de som.
Essa nova geração do esportivo teve curta duração: durou apenas até 1995. Com a produção do modelo transferida para a Argentina em 1996, o XR3 deu lugar ao Racer, um esportivo que mantinha o motor 2.0 da Volkswagen. Mas menos equipado e com visual mais parecido com o das versões normais.
O Racer durou pouco tempo, saindo de cena em 1997 com o lançamento de uma nova geração do Ford Escort, que era equivalente ao carro europeu de 6ª geração.