O mercado procura de carros usados com mais de 10 anos de fabricação chega a ser 49% do mercado automotivo
Carros usados com maior tempo de uso estão sendo uma das principais procuras para quem quer comprar carro. Isso foi comprovado em um levantamento feito pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo a Fenabrave, a venda de carros usados mais novos, até 10 anos, caiu de e 63,7%, em 2019, para 51% em 2022.
A alta nos juros e dificuldade do consumidor conseguir crédito podem ter sido fatores que contribuíram para esse aumento na procura por carros usados, e baixa em carros 0 km “O que está ocorrendo prova que o poder aquisitivo dos consumidores caiu e que muitos não conseguem mais chegar ao carro novo, e há também o deslocamento nas faixas dos usados”, analisa o presidente da Fenabrave, José Andreta Junior.
A procura por carros usados entre 4 a 7 anos foram as que mais perderam espaço no mercado, caindo de 30,7% para 19,8%. Já veículos entre 11 a 15 anos subiram de 17,8% para 25,5% em 2022.
Já no primeiro trimestre de 2023, a venda de carros com mais de 13 anos foram 21,8% das transferências, no total 3,36 milhões de veículos.
Parâmetro geral de vendas
Os dados dos primeiros três meses de março deste ano são animadores, o setor aumentou 19% em comparação com o mesmo período do ano passado, mas segundo o presidente da FENABRAVE, o cenário ainda não é igual ao de 2019.
“Apesar deste aumento percentual, não vimos ainda, a recuperação do setor para os níveis obtidos até 2019, antes da pandemia. A alta global foi potencializada pela diferença de dias úteis de março (23 dias) ante fevereiro (18 dias) e pelo baixo resultado que obtivemos nas vendas do primeiro trimestre do ano passado. Estamos diante de um cenário, novamente, desafiador para 2023, que apresenta alto endividamento das famílias, aumento da inadimplência, além da alta de juros e seletividade de crédito por parte das instituições financeiras, o que vem restringindo a demanda por parte do consumidor, que vem perdendo seu poder de compra”, comenta Andreta Jr, presidente da FENABRAVE.
Comparando os níveis de 2019, o mercado ainda está em recuperação. Antes da pandemia, no primeiro trimestre de 2019, foram comercializadas 608 mil unidades, e em 2023, no mesmo período, apenas 472 mil unidades.