Brasil vê alta de 146% em venda de carros híbridos e elétricos no 1° semestre de 2024, liderado por BYD Song Plus e Dolphin Mini
O mercado brasileiro de veículos eletrificados pisa no acelerador e registra crescimento no primeiro semestre de 2024. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), as vendas de carros híbridos e elétricos no país dispararam 146% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando um total de 79.304 unidades emplacadas entre janeiro e junho.
Somente em junho, 14.396 novos eletrificados foram entregues aos consumidores, demonstrando a crescente demanda por essa tecnologia no Brasil. Segundo a ABVE, o crescimento é impulsionado por diversos fatores, como a maior variedade de modelos disponíveis no mercado, a queda nos preços dos veículos e a expansão da infraestrutura de recarga.
Vendas de carros elétricos e híbridos

Os modelos 100% elétricos (BEV) lideram o segmento, conquistando 39% das vendas no semestre. Já os híbridos plug-in (PHEV) representam 29,5%, enquanto os híbridos convencionais a gasolina (HEV) somam 9,3%. Completando o quadro, os modelos flex eletrificados (FFEV) detêm 14% do mercado, e os micro-híbridos (MHEV) fecham com 8%.
Entre os campeões de vendas elétricos no primeiro semestre, o BYD Dolphin Mini se destaca como líder, com 9.056 unidades emplacadas. Em seguida, figuram o BYD Dolphin (7.512 unidades), o GWM Ora 03 (3.687 unidades), o BYD Seal (2.196 unidades) e o BYD Yuan Plus (1.332 unidades).
No segmento de híbridos, o BYD Song Plus foi o mais vendido, com 10.038 unidades comercializadas no semestre. O Toyota Corolla Cross, único híbrido nacional produzido em série, aparece em segundo lugar, com 6.900 unidades emplacadas. As versões HEV e PHEV do GWM Haval H6 juntas somam 6.218 emplacamentos, enquanto o Haval H6 GT, com motorização exclusivamente PHEV, registra 2.429 unidades vendidas.
Indústria teme retrocessos na descarbonização
Apesar do crescimento empolgante, o setor teme que a descarbonização do parque automotivo brasileiro possa sofrer um revés. A Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende a retomada imediata da cobrança de imposto de importação de 35% para carros eletrificados, medida que havia sido suspensa e está prevista para retornar em julho de 2026. Segundo a entidade, a antecipação do imposto representaria uma quebra de acordo estabelecido pelo governo há apenas seis meses.
O presidente da ABVE, Ricardo Bastos, comemora os resultados positivos, mas ressalta os desafios que ainda persistem. “É fundamental que o governo mantenha o compromisso com a descarbonização do setor automotivo”, afirma Bastos. “Ações que coloquem em risco o crescimento do mercado de eletrificados podem ter impactos negativos na qualidade do ar e no combate às mudanças climáticas.”