Saiba como funciona o freio a disco dos carros
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Saiba como funciona o freio a disco dos carros

Freio a disco, tecnologia desenvolvida para os aviões, hoje é vista em praticamente todos os automóveis em produção no mundo.

O freio a disco é uma tecnologia absolutamente comum nos dias atuais, estando presentes em todos os automóveis vendidos no mercado brasileiro. Em alguns casos, até mesmo nas rodas traseiras.

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Mas o entusiasta e quem viveu a época do Volkswagen Fusca, com os tambores nas quatro rodas, vai se lembrar que nem sempre foi assim, já que discos e pastilhas já foram vistos como um diferencial para vender carros.

Este tipo de freio é composto por um disco, geralmente de ferro, que é posicionado entre duas pastilhas, feitas de um composto mais macio, que ficam abrigadas dentro das chamadas pinças de freio.

Ao pisar no pedal, a pressão hidráulica faz mover o pistão dentro das pinças, pressionando as pastilhas contra o disco para frear o veículo.

Antes dele, o único tipo de freio disponível para os veículos era o freio a tambor, um sistema com acionamento mecânico ou hidráulico que funciona por meio de sapatas que são pressionadas contra o interior de um tambor metálico.

freio a disco
Freios a disco do Chevrolet Caprice – Divulgação

Por incrível que pareça, o freio a disco é quase tão antigo quanto o próprio automóvel, com os primeiros modelos de freios primitivos composto por disco e pastilhas tendo surgido no início do século 20.

Mas o sistema como conhecemos hoje surgiu inicialmente nos trens e aviões, migrando para os carros de passeio apenas depois da Segunda Guerra Mundial.

A principal vantagem do freio a disco em relação ao freio a tambor está na capacidade maior de resfriamento, com chances menores de perda do poder de frenagem por superaquecimento, a capacidade de se secar com mais rapidez após a exposição a água e também a manutenção mais simples, pela presença de menos componentes móveis.

Numa época em que os grandes fabricantes europeus ainda se recuperavam dos efeitos do conflito mundial, coube a um carro americano o papel de primeiro equipado com freio a disco.

Mas não se tratava de um modelo das gigantes Ford ou Chevrolet. Lançado em 1949, o primeiro carro com este tipo de freio como conhecemos atualmente foi o Hot Shot, da pequena fabricante Crosley, que também era polêmico pelo seu tamanho diminuto (apenas 3,48 m de comprimento) e o motor de apenas 726 cc.

Já na Europa os carros começaram a utilizar o freio a disco nos anos 1950, primeiro em competições e a partir de 1955 também nos modelos produzidos em série, sendo que o luxuoso Citroën DS foi o primeiro europeu equipado com o componente.

No Brasil, essa primazia coube ao Willys Gordini III, modelo lançado em 1967 e que era uma variação produzida sob licença do francês Renault Dauphine. Mas a popularização por aqui foi lenta e só começou a ganhar força a partir da década seguinte. Mesmo modelos de luxo como o Ford Galaxie ganharam o item só em 1972.

Evolução

Uma explicação para isso é que embora mais eficiente que o freio a tambor, o freio a disco encontrou a resistência inicial de alguns fabricantes justamente por ter um funcionamento mais barulhento, com o seu chiado característico.

Algo que foi diminuindo com o tempo por conta da evolução nos materiais, que tornaram o sistema ainda mais eficiente e mais silencioso.

Os primeiros discos, que eram peças sólidas, passaram a dividir as linhas de produção das autopeças com os discos ventilados (peças ocas com canais internos para favorecer a refrigeração). O mesmo vale para as pinças, que hoje podem ser encontradas em variações com mais de um pistão.

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Já nos carros de competição ou nos esportivos de alto desempenho, se tornaram populares os discos de cerâmica. Apesar do nome, não se trata do mesmo material usado em pisos e azulejos.

Neste caso, o disco é produzido com um material não metálico, que é extremamente resistente a altas temperaturas. Embora menos eficiente que os convencionais metálicos em temperaturas baixas, são bem mais resistentes que os discos ventilados convencionais à perda de eficiência por conta do superaquecimento.

freio a disco carro de alto desempenho
Foto: Ford / Divulgação

Eletrônica

Essa evolução toda não aconteceu apenas nos materiais e no desenho dos componentes do freio a disco. A eletrônica também marca presença. E nem as pastilhas ficaram de fora, já que atualmente existem componentes dotados de sensores capazes de identificar o nível de desgaste e o momento certo para a troca.

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A integração do freio a disco com o ABS também foi outro avanço importante. Outro sistema surgido na aviação que migrou para os carros, é item obrigatório em todos os carros brasileiros desde 2014 e impede o travamento das rodas durante as frenagens, trabalhando em conjunto com o EBD (Distribuição Eletrônica de Frenagem), que controla a força de parada enviada às rodas do veículo.

freio a disco Maserati

Outro sistema que tem se popularizado nos últimos anos é o freio de estacionamento eletrônico, que substitui a tradicional alavanca por um botão, responsável por comandar o acionamento das pinças dos freios traseiros, operadas por meio eletro-hidráulico.

Ele permite a integração do “freio de mão” a outros sistemas do veículo, permitindo, por exemplo, o acionamento automático do freio ao tirar o cinto de segurança, posicionar o câmbio automático em “N” ou “P”,  ou ao desligar o motor.

Por falar em segurança, o freio a disco passou a funcionar nos carros atuais integrado a também a tecnologias como a frenagem autônoma de emergência, que no Brasil por ser vista em modelos como o Hyundai HB20 e o Volkswagen Nivus.

Operando com o uso de câmera ou radar frontal, o veículo é capaz de identificar a distância para o veículo à frente e comandar automaticamente a frenagem caso seja identificado o risco de uma colisão iminente.

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