Motor V8: um clássico que carrega uma legião de fãs
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Motor V8: um clássico que carrega uma legião de fãs

O motor V8 segue como um símbolo de potência e sofisticação mesmo nesses tempos de carros híbridos e elétricos

Os padrões estão mudando. Mas algumas tradições simplesmente resistem a desaparecer. Mesmo com a popularização dos conjuntos motrizes híbridos e elétricos, ainda há fabricantes apostando no motor V8, mesmo que como uma ação de “despedida” a essa tecnologia. 

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Ainda que as normas de emissões se tornem mais restritivas de tempos em tempos, o motor V8 ainda segue presente no mercado como um símbolo de potência e sofisticação. Principalmente nos Estados Unidos, país que foi o grande responsável pela popularização desse tipo de motor.

História do motor V8

Os primeiros V8 surgiram no início do século XX, mas acabaram inicialmente fazendo mais sucesso na aviação do que nos automóveis. Numa época em que o aumento da capacidade cúbica era um dos únicos meios de se obter motores potentes, esta configuração acabou empregada em modelos de luxo, como os carros da francesa De Dion-Bouton — considerada a primeira a produzir carros com motor V8 em escala — e o americano Cadillac Type 51, de 1914. Era uma forma de se obter grande litragem sem a necessidade de um motor longo de seis ou oito cilindros em linha.

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Mas um obstáculo para a popularização dos V8 era a complexidade e o custo de produção desses motores, que faziam com que nesses primeiros anos da indústria automobilística este tipo de configuração fosse uma raridade mesmo em veículos luxuosos. Isso começou a mudar em 1932, quando Henry Ford, que anos antes havia inaugurado a linha de produção de automóveis com o seu modelo T, apresentou o primeiro motor V8 acessível para veículos comuns. 

Os motores V8 da época traziam cilindros separados do bloco, que geralmente eram fundidos em pares. O grande diferencial desse V8 da Ford, que recebeu o nome de Flathead por conta do seu cabeçote plano, com comando de válvulas laterais, era o fato de os oito cilindros serem fundidos em um bloco único. Processo que barateava o processo de produção e permitia o uso de menos peças móveis, tornando o propulsor, ao mesmo tempo, mais leve e resistente. O motor V8 se tornou uma ferramenta de marketing para a Ford, que passou a utilizar esta característica para vender seus carros e caminhões.

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Mas a popularização do motor V8 nos Estados Unidos — e no mundo — demorou algumas décadas e só foi acontecer a partir dos anos 1950, quando os modelos americanos começaram a ganhar tamanho e passaram a exigir motores cada vez mais potentes. O uso do V8 se consolidou como uma maneira barata de construir um motor leve e potente, com a presença de um motor oito cilindros sob o capô começando a ser utilizado como uma ferramenta de marketing. Nessa época, com a gasolina ainda a preços bem mais baixos que os atuais, o consumo maior de combustível ainda não era uma preocupação dos consumidores.

A oferta de motores potentes a preços baixos fez surgir na mesma época nos Estados Unidos a cultura dos hot hods, que consistia em equipar velhos carros dos anos 1920 e 1930 com os novos e potentes motores de oito cilindro, ajudando a consolidar ainda mais a fama dos V8. Essa mesma oferta de propulsores barateados pela produção em massa fez também com que até fabricantes europeus de carros de luxo adotassem motores V8 americanos em seus projetos, como em modelos como o francês Facel Vega, que usava um V8 Chrysler, e o inglês Bristol 407. O auge dessa farra dos V8 foi nos anos 1960, quando esses oito cilindros conseguiam ultrapassar os 250 cv mesmo em configurações mansas, para equipar carros familiares e sem pretensões esportivas.

Nos anos 1970, as duas crises do petróleo que encareceram o preço da gasolina e a pressão das seguradoras por carros menos potentes fizeram com que os motores V8 começassem a perder potência e tamanho. Fora dos Estados Unidos, a fama de beberrões consolidou a visão dos V8 como propulsores para modelos exclusivos e de luxo, enquanto modelos menores passaram a ser equipados com propulsores com menos cilindros e menor litragem, mas dotados de avanços como comandos duplos e cabeçotes multiválvulas para desenvolver bons níveis de potência. 

Já nos Estados Unidos, o motor V8 perdeu espaço no mercado e passando a ficar restrito a utilitários e às versões mais caras de alguns modelos de carros de passeio. O motor V8 só foi voltar a ganhar potência e espaço entre os clientes nos anos 1990, quando a adoção de novas tecnologias como a injeção eletrônica de combustível e de sistemas de desativação de cilindros ajudaram a manter o consumo desses motores em níveis mais aceitáveis, garantindo a sobrevida dos propulsores de oito cilindros em V no mercado americano. Hoje eles enfrentam uma concorrência cada vez mais pesada de motores menores e mais eficientes na preferência do consumidor comum, embora ainda sigam fazendo sucesso entre os tradicionalistas.

Motor V8 “crate engine”

Embora tenham perdido parte do seu poder de atração junto ao consumidor padrão de automóveis, os V8 ainda têm um espaço no mercado americano de preparação, atraído pela robustez e simplicidade mecânica desses motores, combinada à possibilidade de extrair quantidades maciças de potência com poucas modificações.

Essa demanda justifica inclusive a existência de um mercado para os chamados crate engine (motores na caixa, em tradução livre), que são propulsores novos oferecidos pelos próprios fabricantes com diversas cilindradas e níveis de preparação, visando o mercado de competições e também o de restauração de automóveis. Uma prática muito comum permitida por esse mercado de crate engines são os resto mods, as quais são carros antigos restaurados com motores e conjuntos de suspensão modificados para chegar aos níveis de desempenho e comportamento dos carros atuais.

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