JAC T40 CVT Plus é o SUV chinês mais barato do mercado, mas custa mais que um Fiat Pulse turbo automático, por exemplo.
Se você está atento às movimentações do mercado automotivo, você já percebeu que quase toda montadora tem em seu portfólio um SUV de entrada, mas que tem proposta completamente diferente da concorrência, não é verdade?
Há opções para quase todos os gostos e que variam de SUVs com o que há de mais recente em tecnologia automotiva até a modelos que não oferecem grandes pacotes de acessórios, mas conquistam o público por outros fatores, como garantia de fábrica extensa.
E é exatamente neste último cenário que se encaixa o JAC T40 CVT Plus. Com preços partindo de R$ 110 mil, concorre com SUVs de propostas bastante diferentes da dele, como o CAOA Chery Tiggo 3X Pro (R$ 112.490), Fiat Pulse Drive Turbo 200 AT (R$ 108.339) e Chevrolet Tracker 1.0 turbo AT (R$ 114.020).
Mas será que o JAC T40 CVT Plus tem mais qualidades além da garantia maior que a concorrência? Vou te contar mais sobre esse que é mais um dos SUVs até R$ 120 mil do mercado.
Design e ergonomia do JAC T40 CVT
No ano passado o JAC T40 CVT passou por um pequeno facelift e ganhou um sobrenome “Plus”, tudo para deixá-lo mais jovial e atualizado ao mercado que concorre.
Os faróis estão um pouco mais finos e ganharam iluminação em LED, assim como luzes diurnas e os faróis de neblina também são em LED. O para-choque é novo e a grade frontal se destaca pelo acabamento que mescla o preto brilhante e o cromado.
Olhando de lado, as rodas têm novo desenho e o SUV adota pintura em dois tons, com teto preto e rack redesenhado.
Atrás, embora as lanternas mantenham o mesmo formato, o layout interno tem nova assinatura em LED e o para-choque está mais simples e com menos detalhes croamdos.
Por dentro, no entanto, pouca coisa mudou. Na verdade, só uma mudou: a nova central multimídia de 10 polegadas e que permite espelhamento de smartphones Android Auto ou Apple CarPlay via cabo. Destaque para a internet e Spotify já nativos.
Ainda falando no interior, embora ele permaneça igual, isso não é um problema. O acabamento interno é bom e mescla, assim como é comum na marca, as mais variadas superfícies de acabamento, como plástico preto brilhante, couro macio e imitações de aço escovado e fibra de carbono.
Os bancos são em couro e tem costura vermelha (replicada também no painel, alavanca de câmbio e volante). Além disso, eles são grandes e macios e tem efeito parecido ao de uma poltrona de descanso.
O que destoa no interior é o painel de instrumentos com mostradores analógico e computador de bordo de aspecto do início dos anos 2000. Ele traz somente informações de consumo médio, autonomia e pressão dos pneus.
Do ponto de vista da ergonomia, dois pontos merecem atenção: o encosto de braço central posicionado muito para trás e a posição lateral baixa dos botões que comandam o computador de bordo, start stop, retrovisores, altura dos faróis, sensor de estacionamento e câmera 360º (sim, tudo isso).
Para acessá-los, é preciso inclinar-se para a esquerda e desviar atenção. Até para vê-los com o carro parado é ergonomicamente difícil.
Desempenho do JAC T40 CVT
O JAC T40 CVT Plus abriga debaixo do capô um motor de quatro cilindros, aspirado, e com 138 cv e 17,2 kgfm.
Se colocar no papel estes números, eles são superiores a concorrentes como, CAOA Chery Tiggo 3x Pro (102 cv e 17,1 kgfm no etanol), Fiat Pulse Drive Turbo (130 cv e 20,4 kgfm no etanol) e Chevrolet Tracker Turbo (116 cv e 16,8 kgfm no etanol).
Se em potência e torque os números são melhores que os rivais, na prática, o JAC T40 CVT perde na falta de fôlego “na vida real” e em ser o único da categoria que não é bicombustível.
Além disso, apesar da melhoria considerável no câmbio CVT do JAC, ele ainda repete velhos problemas, como se confundir com o Start Stop em subidas e deixar o carro solto quando você tira o pé do freio e vai pisar no acelerador para arrancar.
Esse lag entre o motor ligar e o veículo andar, faz ele voltar alguns centímetros em uma subida, distância suficiente para atingir um carro que esteja atrás muito próximo.
Outro problema é que o CVT faz o motor subir de giro demais em troca de uma resposta lenta, o famoso efeito de patinação.
Isso, na prática, deixa o T40 lento nas arrancadas e em subidas, mas com o veículo em movimento tem o comportamento adequado e linear, como se espera de um CVT.
O consumo na cidade é muito bom, talvez uma das maiores qualidades do SUV. Na cidade, por exemplo, ele registrou média de 11,7 km/l e, na estrada, já não foi tão melhor, apenas 12,9 km/l.
O problema nesse caso é que, mesmo com um CVT, o motor roda acima dos 3 mil rpm a 120 km/h. Podia ser mais suave para otimizar o consumo.
Conforto de rodagem do JAC T40 CVT Plus
Se comparado às versões antigas, o comportamento da suspensão do novo T40 melhorou muito.
Ela está mais firme e mais adequada ao gosto do público brasileiro. No entanto, a direção eletroassistida continua sendo leve demais e passa muito pouco da reação do veículo no piso em que está.
Um exemplo é que, em um dia de chuva intensa, ao fazer uma curva eu simplesmente não sentia se havia aderência adequada dos pneus ao piso, mesmo na velocidade regulamentada da via.
A sensação era de que o carro sairia de frente a qualquer momento. No fim, ele fez a curva corretamente, mas não me senti seguro no trajeto.
Mas, se nessa ocasião a maciez extrema foi algo preocupante, em manobras o T40 CVT se saiu muito bem. Destaque ainda para o sistema de câmeras 360° que te ajuda a ver tudo em volta do carro como se houvesse uma câmera superior.
Itens de série do JAC T40 CVT Plus
A lista de itens de série é extensa, como era de se esperar de um JAC. Como destaque, estão o ar-condicionado digital, teto solar, faróis com acendimento automático, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, bancos revestidos em couro, luzes diurnas de LED, retrovisores elétricos, controles de tração e estabilidade e rodas de liga-leve de 16 polegadas.
Conclusão
O JAC T40 CVT Plus é um carro pensado para quem quer entrar no mundo de SUVs, mas que não se importa tanto com o mundo de tecnologias que o mercado oferece.
Ele tem o pacote de itens de série necessários, tem desempenho satisfatório e consumo de combustível baixo. Ah, é bom ressaltar ainda os 6 anos de garantia de fábrica, algo que nenhum concorrente do mercado pode oferecer.
No entanto, as pequenas falhas que comete, como dito anteriormente, fazem dele um carro irregular: bom em alguns pontos, ruim em mais pontos. É o SUV chinês mais barato do mercado, mas não é o melhor SUV da categoria e nem o melhor chinês.
Se pensar do ponto de vista de mercado, pós-vendas, desempenho e até tecnologia envolvida, seus concorrentes estão à frente e até por preço inferior ao dele em alguns casos.
Ficha Técnica JAC T40 CVT Plus
Motor | quatro cilindros em linha, 1.0, 16 válvulas, aspirado |
Cilindrada | 1.590 cm3 |
Combustível | gasolina |
Potência | 138 cv a 6.000 rpm |
Torque | 17,1 kgfm a 4.000 rpm |
Câmbio | CVT que simula seis marchas |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira) |
Tração | dianteira |
Dimensões | 4.135 mm (comprimento), 1.750 mm (largura), 1.568 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.490 mm |
Pneus | 205/55 R16 |
Porta-malas | 450 litros |
Tanque | 42 litros |
0-100 km/h | 11,1s |
Vel. máxima | 190 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 11,6 km/l |
Consumo estrada (Inmetro) | 12,1 km/l |