BYD Dolphin EV foi o responsável por mudar o mercado de hatchs e de elétricos, sendo uma das melhores opções do mercado em ambas as frentes
O BYD Dolphin EV foi o primeiro carro elétrico a “romper a bolha” e fazer com que clientes fiéis aos carros à combustão desejassem (ou ao menos considerassem) levar um elétrico para casa. E isso foi feito de maneira inteligente: oferecendo um veículo com bom porte, design atraente, acabamento superior e ótima funcionalidade urbana. Ah, e uma baita garantia: 5 anos para o veículo, ou 500 mil km e 8 anos de garantia para a bateria Blade.
Com preço competitivo de R$ 149.800, chegou a época como um dos elétricos mais baratos do País e hoje é o segundo carro elétrico mais barato da marca por aqui (logo atrás do Dolphin Mini).
Tive a oportunidade de testar o Dolphin por uma semana e quero responder à pergunta: vale a pena comprar um carro elétrico? A resposta, como sempre, depende do perfil de uso, mas se na resposta incluirmos o Dolphin, certamente a escolha é quase isenta de erros. Te explico nas próximas linhas.
Design do BYD Dolphin EV
O BYD Dolphin EV é um dos modelos da linha “Ocean” e busca trazer elementos do mar para construir suas principais linhas e, como o próprio nome do carro diz, o Dolphin é inspirado nos Golfinhos.
Na dianteira, o Dolphin ostenta uma grade frontal fechada e com linhas que se assemelham a algo entrelaçado, como seria a proa de um navio. Faróis full LED compactos guiam o caminho, enquanto elementos em forma de U e um para-choque tridimensional completam o design praticamente unânime: é bem bonito.
As linhas fluidas da carroceria ajudam o Dolphin a cortar o ar com maior fluidez, o que otimiza o seu desempenho e reduz o consumo elétrico. Aliás, por falar nisso, as rodas de 16 polegadas tem visual que lembram hélices navais e são bem fechadas, tudo para ter menor resistência com o ar possível. Atrás, destaque para a coluna C que traz linhas semelhantes a da “grade dianteira” e para o spoiler. A lanterna inteiriça em LED tem elementos internos que lembram a água em movimento e, por ser escurecida, evoca também esportividade. Por falar em traseira, o porta-malas de 250 litros não é enorme, mas oferece espaço suficiente para acomodar as bagagens ou compras com praticidade.
O interior do Dolphin, para mim, chama ainda mais atenção do que exterior. As linhas levam os elementos funcionais em direção aos ocupantes, como o nicho saindo do painel central, logo abaixo da central multimídia rotativa de 12,8”. Além disso, todo acabamento é de boa qualidade, com áreas no painel revestido em couro, dois tons internos que variam de acordo com a cor da carroceria (neste caso, com a carroceria rosa, o interior tem dois de rosa e lilás no acabamento) e bancos também na mesma padronagem, que são confortáveis o suficiente para você relaxar e aproveitar a viagem.
O console central é alto e tem design que imita o corpo de um golfinho, talvez a maior referência do carro para o mamífero marinho. Outro ponto de destaque é o entre-eixos de 2.700 mm, que garante um espaço amplo para os passageiros da frente e de trás, mesmo em viagens longas.
Por falar em multimídia, ela não é só giratória, mas é o “cérebro” do carro. Espelhamento de celulares por fio, controles do ar-condicionado, GPS nativo, câmera 360°, karaokê, jogos e muito mais pode ser visualizado e controlado por ali. E tudo com resolução e tempo de resposta beirando a perfeição. A qualidade do som, porém, é somente boa, cabendo upgrade para os amantes dos graves e médio.
O que destoa um pouco do conjunto é o quadro de instrumentos digital de 5″. Apesar de ter boa resolução e ter as principais informações apresentadas de maneira clara, seu tamanho diminuto dá ideia de algo barato. Falta também um carregador de celular por indução.
Desempenho do BYD Dolphin EV
O BYD Dolphin EV usa um motor elétrico dianteiro que rende 95 cv e 18,3 kgfm de torque. Isso faz com que o Dolphin se destaque pela agilidade no trânsito e tenha desempenho similar ao de um veículo 1.0 turbo, por exemplo.
A suspensão macia e confortável absorve bem as imperfeições do piso. Porém, este excesso de conforto acaba causando um efeito negativo no motorista: esquecer que é preciso tomar cuidado com buracos e ruas com pavimento prejudicado. Na unidade avaliada, por exemplo, que tinha pouco mais de 10 mil km rodados, já era possível notar ruídos vindos da suspensão traseira, provavelmente causados por desgastes em buchas.
Analisando grupos de proprietários do modelo, vi que esta já é uma reclamação relativamente comum para veículos acima dos 10 mil km, o que pode indicar que a suspensão traseira é um problema recorrente do Dolphin, ou que os motoristas precisam ser mais cuidadosos no dia a dia.
Na estrada, o Dolphin se mostra estável e seguro, mesmo em velocidades mais altas. A direção é precisa (mas leve demais para o meu gosto mesmo no modo esportivo) e o sistema de freios é eficiente. O isolamento acústico é satisfatório, embora os pneus gerem bastante ruído em altas velocidades.
Consumo elétrico e autonomia do BYD Dolphin
O consumo de energia no modo Eco com ar condicionado ligado ficou em 6,7 km/kWh a 110 km/h, permitindo uma autonomia próxima dos 300 km em estrada. Na cidade, a autonomia é maior, e pode chegar a 360 km. Mas vale lembrar que, segundo o Inmetro, a autonomia do Dolphin EV é de apenas 291 km.
O BYD Dolphin oferece duas opções de carregamento:
- Carregamento rápido: em um carregador DC de 60 kW, a bateria de 44,5 kWh pode ser carregada de 0% a 80% em apenas 30 minutos.
- Carregamento lento: em um carregador AC de 7 kW, a bateria leva cerca de 7 horas para ser carregada completamente.
O carro também vem com um carregador portátil que pode ser usado em tomadas residenciais de 110V ou 220V e, nesta última, faz uma carga completa em torno de 12 horas.
Itens de série do BYD Dolphin EV
- Faróis de LED;
- Grade dianteira com iluminação de posição;
- Luz de rodagem diurna (DRL) de LED;
- Sensor crepuscular para acendimento automático dos faróis;
- Lanterna de neblina traseira
- Luz de freio (brake light) de LED;
- Lanterna traseira de LED;
- Iluminação de boas-vindas nos retrovisores externos;
- Chave presencial;
- Assistente de Frenagem Hidráulico (HBA);
- Sistema de Controle de Tração (TCS);
- Desaceleração Controlada para o Freio de Estacionamento (CDP);
- 2 airbags dianteiros, 2 de cortina e 2 laterais (bancos dianteiros);
- Freios regenerativos cooperativos inteligentes;
- Controle de cruzeiro (CC);
- Sensores de estacionamento traseiros (3);
- Sistema indireto de Monitoramento da Pressão dos Pneus (TPMS);
- Assistente de Partida em Subida (HHC);
- Sistema ISOFIX de fixação de cadeira infantil;
- ICS (Intelligent Cockpit System) com tela flutuante de 12,8″ e rotação elétrica;
- Rádio FM & AM;
- Ar-condicionado automático;
- Sistema de purificação de ar (automático);
- Ajuste de ar-condicionado (pela tela do ICS);
- Painel de instrumentos LCD de alta resolução de 5″;
- Bancos com revestimento de material premium sustentável;
- Ajuste manual do banco do motorista e do passageiro dianteiro (4 posições);
- Volante de 3 raios multifuncional com ajuste manual de altura;
- Tomada 12V;
- 2 entradas USB dianteiras (1 Tipo A e 1 Tipo C);
- 1 entrada USB traseira (Tipo A);
- Espelho retrovisor manual antiofuscante;
- Sistema de câmeras 360° de alta-resolução.
Vale a pena comprar o BYD Dolphin EV?
O Dolphin EV é não só uma das melhores compras entre os elétricos, mas como também é uma excelente opção em sua faixa de preço, principalmente para quem usa o carro em ambientes essencialmente urbanos.
O custo para “encher o tanque” do Dolphin é de cerca de R$ 40 reais, bem mais barato do que encher um tanque de etanol, não é verdade? Além disso, o custo de manutenção de um elétrico é bastante reduzido em relação a um modelo à combustão, pois não tem motor, óleo e filtros, por exemplo.
Em um elétrico, até os freios costumam durar mais devido ao sistema regenerativo. Já há casos no mercado de elétricos beirando os 80 mil km sem ainda ter trocado pastilhas de freio. Claro, se você precisa de mais espaço, usa o carro em viagens frequentes e não tem um ponto de energia para recarga residencial, nem o Dolphin e nem outro elétrico atenderá ao que você precisa.
Mas o belo design, ótimo espaço interno, acabamento premium e lista farta de itens de série credenciam o Dolphin como o melhor elétrico “custo-benefício”, talvez o melhor hatch do mercado. Só perde em acabamento interno para o GWM Ora 03, que custa pouco mais, mas te falo mais sobre ele quando ele chegar para uma avaliação.
Ficha técnica do BYD Dolphin EV 2024
Motor | Motor elétrico dianteiro |
Potência | 95 cv |
Torque | 18,3 kgfm |
Consumo elétrico | 12,1 kWh/100 km |
Câmbio | Automático de 1 marcha |
Direção | elétrica |
Suspensões | McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira) |
Tração | Dianteira |
Dimensões | 4.125 mm (comprimento), 1.770 mm (largura), 1.570 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.700 mm |
Pneus | 195/60 R16 |
Porta-malas | 250 litros |
0-100 km/h | 10,9s |
Vel. máxima | 160 km/h |
Autonomia (Inmetro) | 291 km |