Ford Maverick Hybrid é a única picape nessa configuração no mercado brasileiro e aposta na tecnologia eletrificada para conquistar novos clientes
Em um mercado recheado de SUVs, sedãs e hatches eletrificados, ser diferente pode ser bom e, ao mesmo tempo, ruim. Esse é dilema vivido pela Ford com a Maverick Hybrid, única picape híbrida vendida no Brasil.
Com preço de R$ 234.890, a Ford Maverick Hybrid custa exatamente R$ 10 mil a mais que a versão a combustão, a Ford Maverick Lariat FX4. A seu favor estão o melhor consumo de combustível, autonomia elevadas e alguns benefícios inerentes aos carros híbridos, como o IPVA reduzido e isenção de rodízio veicular (no caso dos modelos que rodam em SP).
Porém, pesam contra ela a dirigibilidade, conforto de rodagem e o preço que irá subir em breve. Com o término da isenção da taxa de importação de veículos eletrificados no Brasil e como um veículo híbrido simples, já em janeiro de 2024, deverá ter acréscimo de 12% no valor e, em julho, de 25%.
Mas vale lembrar que as marcas contarão com cotas de veículos importados eletrificados sem que haja a cobrança destas taxas. Cobrança só sobre o que excedê-las.
Com tudo isso posto, será que vale a pena comprar a única picape híbrida do mercado? Te conto mais detalhes no vídeo da avaliação e nas próximas linhas.
Visual e acabamento da Ford Maverick híbrida
Visualmente falando, a Maverick Hybrid pouca muda em relação à versão a combustão. Na dianteira, por exemplo, saem os ganchos de reboque, mas permanecem a grade dinâmica e os enormes faróis em LED.
De lado, as rodas são maiores, com 18 polegadas. Além disso, o tipo de pneus muda: como a Maverick Hybrid tem foco na eficiência de combustível, adota pneus 225/60 com menor resistência à rolagem e banda de rodagem preparada para o uso exclusivo em asfalto.
Atrás, a única diferença é a presença do emblema “Hybrid” na parte inferior esquerda da tampa. O volume e a capacidade de carga da caçamba também permanecem os mesmos: 938 litros e 654 kg, respectivamente.
Por dentro, a picape também permanece estritamente a mesma. O acabamento é todo em plástico e diversas texturas (e cores), mas com visual futurista. Já o painel de instrumentos traz um novo mostrador analógico que indica quando cada motor está operando e o quanto de regeneração está ocorrendo a cada momento.
Os bancos são revestidos em couro em dois tons, marrom e azul-escuro, e oferecem bom apoio lombar e para as pernas. Ponto negativo que somente o do motorista tem regulagem elétrica.
Do ponto de vista da conectividade, a picape pode ser toda comandada pelo aplicativo Ford Pass, onde pode ter partida remota agendada, ar condicionado programado para ligar e até sistema de localização do veículo.
Já a central multimídia desperta sentimentos diversos. Se tem boa resolução e é eficiente em seu funcionamento, é pequena, com somente 8 polegadas e espelha celulares Android e Apple somente por fio. Já o sistema de som é bom, com 8 alto-falantes.
Para quem segue no banco traseiro a viagem também é tranquila, com espaço bom para as pernas e para a cabeça.
Motorização da Ford Maverick Hybrid
Debaixo do enorme capô, a Ford Maverick Hybrid traz o motor 2.5 Duratec do ciclo Atkinson, que gera 165 cv e 21,4 kgfm. Acoplado a ele está um elétrico de 128 cv e 23,9 kgfm e, quando combinados, geram 194 cv e 28,5 kgfm. A tração é somente dianteira.
É bem menos do que os 253 cv e 38,7 kgfm da versão à combustão, mas o torque imediato do motor elétrico faz com que desempenho não seja um problema para a picape.
Ela acelera bem em saídas de semáforo, em subidas íngremes ou ultrapassagens. O problema, para mim, é que a dinâmica de condução mudou bastante. Na FX4 a tração é integral e a suspensão traseira é independente, conferindo à Maverick um comportamento quase de sedã esportivo.
Já na versão híbrida a tração dianteira, o eixo traseiro rígido e os pneus mais duros tornam essa experiência menos prazerosa. É quase como dirigir uma picape média. Passar em ruas esburacadas fará você chacoalhar no interior mais do que gostaria e, em velocidade, precisará ser mais modesto em curvas de alta.
A parte boa é que os modos de condução permaneceram, portanto, você ainda pode escolher entre Eco, Normal, Rebocar/Transportar, Escorregadio e Sport.
Neste último, por sinal, a picape acelera muito e é capaz de fazer de 0 a 100 km/h em 8,7 segundos. Já no modo Eco, o consumo fica na casa dos 17 km/l na cidade, 13,5 km/l na estrada, com autonomia urbana chegando na casa dos 900 km.
Outro ponto sobre a dirigibilidade que é digno de menção é o sistema de freios regenerativos. Responsáveis por recuperar energia para a bateria de 1,1 kWh, além do recarregamento pelo próprio motor à combustão, eles são extremamente sensíveis “na pisada” e exigem um certo período de adaptação.
Itens de série da Ford Maverick Hybrid Lariat
Entre os itens de série, a Ford Maverick Hybrid traz:
- Painel com tela digital de 6,5 polegadas;
- Multimídia SYNC com tela de 8 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto;
- Chave com sensor de presença;
- Botão de partida;
- Abertura da porta por teclado;
- Alarme com imobilizador;
- Ar-condicionado digital dual-zone;
- 7 airbags;
- Assistente de frenagem com detecção de pedestres e ciclistas;
- Controle eletrônico de estabilidade e tração;
- Controle de reboque;
- Faróis de LED com acendimento e luz alta automáticos;
- Câmera de ré;
- Assistente de partida em rampa;
- Assistente de frenagem pós-colisão;
- Monitoramento de pressão dos pneus.
Vale a pena comprar a Maverick híbrida?
Exceto se você precise de um grande espaço para carregar suas coisas, a Ford Maverick Hybrid não é a melhor opção de veículo híbrido em sua faixa de preço.
Rivalizando com os recém-chegados chineses Haval H6 HEV e BYD Song Plus, é menos equipada que os rivais e é menos autônoma.
Não traz itens importantes como piloto automático adaptativo, alerta de ponto cego, assistente de saída de faixa e nem mesmo sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.
Com produto, eu escolheria a versão FX4 Lariat, mesmo com o prejuízo do maior consumo, pois teria uma dinâmica de condução refinada e a esportividade que a Maverick Hybrid não consegue oferecer.
Ficha técnica do Ford Maverick Hybrid
Motor | quatro cilindros em linha 2.5, 16V, aspirado + elétrico |
Cilindrada | 2.485 cm³ |
Combustível | gasolina |
Potência | 165 cv a 5.600 rpm |
Torque | 21,4 kgfm a 4.000 rpm |
Potência do motor elétrico | 128 cv |
Torque do motor elétrico | 23,9 kgfm |
Potência combinada | 194 cv |
Torque combinado | 28,5 kgfm |
Câmbio | CVT de 1 marcha |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira) |
Tração | Dianteira |
Dimensões | 5.073 mm (comprimento), 1.844 mm (largura), 1.733 mm (altura) |
Entre-eixos | 3.076 mm |
Pneus | 225/60 R18 |
Caçamba | 938 litros / 659 kg de carga útil |
Tanque | 57 litros |
0-100 km/h | 8s7 |
Vel. máxima | 175 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 15,7 km/l |
Consumo estrada (Inmetro) | 13,6 km/l |
Autonomia urbana | 895 km |
Autonomia rodoviária | 775 km |
One Comment
O fato da camionete, ser híbrida, é o que a torna interessante, aliado ao consumo e autonomia, que tem o mesmo limite da Haval h6, que também, é híbrido, mas como sou apreciador de pickup, declino em favor desta última, devido ao espírito urbano, e versatilidade da caçamba, que me agrada muito, e outros parâmetros visto nos suvs chineses, no momento, não seria depreciativo na Ford, por ter outro tipo de público, do qual, faço parte, os aventureiros.