Com mecânica turbo flex, Jeep Renegade Longitude Flex reúne ótimo desempenho, farta lista de itens de série e preço competitivo
Poucos carros fizeram e fazem tanto sucesso no mercado brasileiro quanto o Jeep Renegade. Lançado em 2015 como um SUV anti-EcoSport, não só aposentou o rival, como jogou para escanteio o postulante a título, Renault Duster, e foi responsável pelo boom de SUVs compactos no País.
Com visual inspirado no Jeep Willys da década de 50, conquistou o público que ansiava por um carro mais moderno que o SUV da Ford, e que também pudesse carregar consigo o ar premium que a marca Jeep ostentava no mercado.
Se no visual sempre agradou, no desempenho o Renegade 1.8 Flex decepcionou. Lento e beberrão, demorou para os proprietários entenderem que não era só porque estávamos falando de Jeep, que necessariamente falávamos de um SUV para por na lama.
De lá para cá, o SUV recebeu um tapa no visual, que deu a ele ar mais jovial, mas a principal novidade ficou mesmo no powertrain: saiu o fraco 1.8 flex e entrou o tecnológico 1.3 turbo. Com mais desempenho e menor consumo, o Renegade é uma das melhores opções entre os SUVs compactos.
Atualmente, o Renegade é 6º SUV mais emplacado do Brasil, com 36.674 unidades no acumulado de janeiro a setembro, segundo a Fenabrave. O líder e um dos seus principais concorrentes, o Volkswagen T-Cross, emplacou nada menos do que 51.402 unidades.
Entre eles estão outros concorrentes diretos, como o Chevrolet Tracker (47.310 unidades), Hyundai Creta (44.901) e Volkswagen Nivus (37.080), isso sem contar o Jeep Compass, que fica ali no top 3 com 44.784 unidades emplacadas.
Com tantos concorrentes e com tantas opções de veículos na mesma faixa de preço, qual a melhor versão do Jeep Renegade? Para mim, é a Longitude Flex (R$ 156 mil), que avalio nesta matéria. Acompanhe o conteúdo completo e veja se concorda comigo.
Design externo do Jeep Renegade Longitude
O Renegade Longitude representa a terceira versão dentro da gama de versões do Jeep Renegade é a mais cara com tração 4×2. Assim, visualmente, tem detalhes mais requintados em relação à versão Sport, como a presença de cromado nas sete aberturas da grade dianteira, as maçanetas pintadas na cor da carroceria e as rodas maiores, de polegadas no Longitude e 17 polegadas no Sport.
Além disso, vale ressaltar que no último facelift, a grade “mordendo”o para-choque dianteiro deu um ar mais esportivo ao modelo e, combinada com os faróis full LED, deixaram o Renegade mais moderninho. Atrás, nenhuma diferença além do badge cromado que identifica cada versão.
Por dentro, o Renegade não teve grandes evoluções no geral, mas o painel com acabamento soft touch e é nota 10. Ótimo acabamento também nas portas e bancos, que nessa versão são em couro marrom e exaltam o aspecto “de fazendeiro” dessa versão.
A partir do último facelift, o Renegade também recebeu upgrades tecnológicos, como novo painel de instrumentos 100% digital de 7 polegadas. Com diversas opções de visualização, é possível monitorar desde informações básicas de condução até dados mais avançados, como a leitura de faixas de rodagem e de placas de trânsito.
Ponto positivo também para a central multimídia. Com uma tela de 8,4 polegadas, impressiona pela resolução e facilidade do uso. Além da integração com celulares Android e Apple sem a necessidade de fios, oferece ainda carregador por indução com sistema de refrigeração, evitando assim o superaquecimento do seu smartphone. O GPS nativo é uma adição valiosa, especialmente em áreas com sinal de internet limitado.
O sistema de ar condicionado de duas zonas é um diferencial de conforto. A possibilidade de controlar individualmente a temperatura para motorista e passageiro é um ponto positivo raramente encontrado nesta categoria.
Para quem segue nos bancos traseiros, o espaço é suficiente para proporcionar uma viagem tranquila, principalmente para quem é alto, já que a distância para o teto é generosa.
Desempenho do Renegade turbo
O Jeep Renegade Longitude Flex possui uma motorização 1.3 turbo com até 185 cavalos e 27,5 kgfm de torque. Além disso, conta com um câmbio automático de seis marchas convencional. Vale lembrar que nessa versão, ele vem com tração 4×2, não oferecendo a opção de tração nas quatro rodas.
Com este conjunto, o Renegade ficou mais esperto e elástico. Basta pisar no acelerador que ele vai andar o que você precisa, sem choros. Se você precisa de um pouco mais, basta acionar o botão Sport e perceber a nítida mudança de comportamento. O acelerador fica mais sensível, o câmbio passa a trocar de marchas em rotações mais altas.
No entanto, no modo normal, vale ressaltar um pequeno delay no câmbio para as trocas nas primeiras marchas, principalmente a baixas velocidades. Se você pega trânsito com frequência, vai notar: tem horas que ele não sabe se é melhor mudar da 1ª para a 2ª marcha e, fica mudando de uma para outra a qualquer km/h que sobe ou desce. Não sei se este era um aspecto perceptível nesta unidade, em específico, mas se você sente o mesmo, me conta depois.
Focando agora no consumo, é um aspecto que certamente você está considerando. Realizei o teste do carro em diferentes cenários: na cidade, em trechos de estrada e também nas condições em que você provavelmente dirigiria. Em todos os casos, respeitei os limites de velocidade, acelerando quando necessário, mantendo a prudência.
Com gasolina, na cidade, obtive uma média de 10.2 km/l, o que considero excelente para a categoria e o peso do veículo. Na estrada, o consumo foi um pouco maior, registrando uma média de 13.3 km/l. Isso em um percurso mantendo uma velocidade entre 100 e 120 km/h, sem grandes acelerações. No caso do etanol, o consumo é um pouco mais elevado (6,8 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada), mas ainda assim em parâmetros aceitáveis.
A suspensão do veículo é calibrada de maneira um pouco mais firme, o que confere ao carro um comportamento mais direto e rígido, típico de modelos Jeep. Apesar disso, o conforto de rodagem não é comprometido. O sistema de freios, com discos nas quatro rodas, oferece uma resposta imediata, sem folgas no pedal.
Contudo, por falar em pedais, um ponto a se mencionar é a posição deles, que pode ser desconfortável para aqueles acostumados a frear com o pé esquerdo em veículos automáticos, como eu. Para manter essa preferência, é necessário sentar no banco mais na diagonal, pois os pedais são muito voltados para a direita.
Itens de série do Jeep Renegade Longitude T270 2024
O Jeep Renegade Longitude flex é a versão mais cara com tração 4×2 e traz, como itens de série:
- Rodas em liga leve de 18 polegadas;
- Faróis de LED com assinatura em LED;
- Lanternas em LED;
- Luz de rodagem diurna (DRL) em LED;
- Câmera de ré;
- Chave canivete com telecomando para abertura das portas;
- Controle de Estabilidade;
- Controle de Tração;
- Aviso de mudança de faixas;
- Sensor de estacionamento traseiro;
- Controle eletrônico anti capotamento;
- Detector de fadiga do motorista;
- Freio de estacionamento eletrônico;
- Frenagem autônoma de emergência;
- Isofix;
- Seis airbags (Frontais, laterais e de cortina);
- Sistema de monitoramento de pressão dos pneus;
- Sistema Start-Stop (desligamento/acionamento automático do motor);
- Alertas de limite de velocidade;
- Limitador de velocidade;
- Reconhecimento de placas de trânsito;
- Repetidor lateral nos retrovisores;
- Retrovisores externos elétricos;
- Rack do teto na cor preta;
- Ar-condicionado digital de duas zonas;
- Bancos em couro;
- Central Multimídia de 8,4 com Apple Carplay e Android Auto sem fio;
- Carregador do Celular por Indução;
- Quadro de instrumentos de alta resolução TFT de 7″ personalizável;
- Computador de Bordo (distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso);
- Sistema de áudio com 6 alto falantes, USB e Bluetooth;
- Volante com acabamento em couro e ajuste de altura e profundidade;
- Direção elétrica;
- Comandos do sistema de áudio e bluetooth no volante;
- Banco do motorista com regulagem de altura;
- Banco traseiro bipartido 60/40 e rebatível;
- Encosto de cabeça traseiro central;
- Entrada USB para os ocupantes do banco traseiro;
- Cinto traseiro central de 3 pontos;
- Cintos de segurança dianteiros com ajuste de altura;
- Travas elétricas nas portas e porta malas (travamento automático a 20km/h, trava de tampa do combustível, indicador de portas abertas);
- USB Tipo C;
- Vidros elétricos nas 4 portas com one touch.
Vale a pena comprar o Jeep Renegade Longitude Flex?
O Jeep Renegade Longitude oferece um equilíbrio notável entre conforto e desempenho. Com um interior bem projetado, repleto de funcionalidades e um comportamento dinâmico interessante na cidade e na estrada, o modelo é sim uma excelente opção no mercado de SUVs compactos.
Considero esta a versão mais inteligente do SUV: bem equipado, visual atrativo, e melhor economia de combustível que as versões 4×4, afinal, quantos porcentos dos clientes que comprarem um Renegade vão querer colocá-lo na terra? E se quiser, tem versões específicas para isso.
Com relação à versão Sport, a diferença de preço de mais de R$ 16 mil se justifica pelo acréscimo de itens de série e segurança, além do visual mais requintado. Porém, andando, o Sport é “mais raiz”. Se você não liga tanto para estes itens de série, o Sport pode ser a sua praia.
Ficha técnica do Jeep Renegade Longitude 1.3 T270 2024
Motor | quatro cilindros em linha, 1.3, 16 válvulas, injeção direta e turbo compressor |
Cilindrada | 1.332cm3 |
Combustível | flex |
Potência | 185 cv / 180 cv a 5.750 rpm (etanol/gasolina) |
Torque | 27,5 kgfm (etanol/gasolina) a 1.750 rpm |
Câmbio | automático convencional de 6 marchas |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira/traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e dicos sólidos (traseira) |
Tração | Integral sob demanda |
Dimensões | 4.268 mm (comprimento), 1.805 mm (largura), 1.706 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.570 mm |
Pneus | 225/55 R18 |
Porta-malas | 320 litros |
Tanque | 55 litros |
0-100 km/h | 8,8s |
Vel. máxima | 209 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 9,1 km/l (gasolina) e 7,7 km/l (etanol) |
Consumo estrada (Inmetro) | 12,8 km/l (gasolina) e 11 km/l (etanol) |
7 Comments
Tenho um Renegade Longitude 2022. Carro muito confortável. Com relação ao motor até agora, sem problemas. Mas já li vários artigos sobre o motor baixar muito o nível de óleo. Isso procede?
Olá, tudo bem? Houve casos sim de clientes que tiveram problemas com o trocado de calor e queda no nível do óleo, de qualquer forma, a Jeep tem acompanhado os casos juntos aos clientes para correção.
Gostaria de ter ideia do custo do modelo flex ou avaliação por anos de fabricação . Moro em Angra dos Reis .
Olá, tudo bem? Sua dúvida seria com relação ao preço dos modelos por faixa de ano, o preço médio de manutenção dos carros ou tem a intenção de vender um carro?
Tenho renegade Sport 2024 de econômico não tem nada está com média de 6 na cidade
Comprei um Renegade longuitude 2024 e o carregador por indução não funciona!
O consumo tbm não me agradou