Honda Fit EXL 2015 continua sendo ótima opção no mercado de usados, mas não conta com uma série de itens de segurança e conforto comuns aos carros mais modernos.
Normalmente, quando alguém me pergunta qual carro deve comprar, costumo devolver a pergunta com uma série de outras para ajudar a quem quer comprar um carro entender melhor suas necessidades.
Costumo perguntar primeiro qual o carro atual da pessoa (isso se não for a escolha para um primeiro carro), sobre faixa de preço que gostaria de pagar, se pagará à vista ou parcelado, se usará o carro diariamente ou a lazer e também sobre quantas pessoas irão usar o carro regularmente.
Com isso já dá para fazer uma bela filtrada entre as opções disponíveis no mercado automotivo, seja ele de usados, seminovos e até carros zero km.
Como deixou de ser produzido em 2021, o Fit não se encaixa somente neste último quesito, nos demais, ele é uma das melhores opções para quase todo mundo.
Avaliei um Honda Fit 2015 na versão de topo EXL, o primeiro a receber o último facelift antes de ser substituído pelo City Hatchback e te conto sobre as principais qualidades do modelo, porque você deveria comprá-lo e também em quais pontos ele não vai bem.
Design do Honda Fit EXL 2015
Visualmente falando, em 2015 o Fit estreou o facelift que seria o seu último aqui no Brasil e se aposentou do nosso mercado em 2021 praticamente sem mudanças.
A dianteira vinha com faróis novos, mais finos (mas ainda sem iluminação em LED) que o da geração anterior, grade menor e com detalhes em preto brilhante e cromado, recortes mais retos no para-choque e, na versão de topo EXL, contava ainda com faróis de neblina.
De lado, poucas mudanças perante ao modelo 2014, com exceção das novas rodas de 16 polegadas e pelo retrovisor com repetidores de seta integrados.
Atrás, as lanternas ficaram mais afiladas e invadiam a coluna C, mas o para-choque traseiro (até então), continuava mais recuado que a parte superior da tampa e mantinha a má fama de que “todo Fit tinha (ou teria) a traseira batida”.
Por dentro, o design do painel de instrumentos era novo e reforçava algo mais classudo e moderno. O painel de instrumentos continha mostradores analógicos e um pequeno computador de bordo digital à direita que, mesmo com poucas funções, trazia informações sobre consumo e viajem de maneira clara e precisa.
O que deixava mesmo a desejar é que o Fit EXL 2015, mesmo sendo a versão topo de linha, trazia de série um rádio bluetooth simples, com CD e câmera de ré integrados. Sim, nada de multimídia, algo que até um Renault Sandero trazia nas versões de topo.
Desempenho do Honda Fit EXL 2015
O Honda Fit EXL 2015 vinha de série equipado com o motor 1.5 aspirado de 116 cavalos e 15,3 kgfm de torque. O câmbio era o CVT, que reestreava no modelo após ficar ausente com a chegada da segunda geração do Fit por aqui.
Não podemos dizer que é lá um super carro, mas a calibração do motor, o câmbio é elogiável e o CVT propicia uma condução excelente, sempre priorizando o torque quando preciso, mas deixando o motor rodar em baixas rotações para economizar combustível.
O ponto negativo para este câmbio é que à época não havia possibilidade de trocas manuais, nem mesmo na alavanca.
No entanto, ela continha a função L e função S, uma para limitar a rotação do motor e rodar em baixas velocidades, ideal para ultrapassar vias alagadas, por exemplo, e a S, que simulava trocas em rotações mais altas e deixava o desempenho mais esperto.
A função S era boa para a estrada, pois deixava o Fit melhor para as ultrapassagens, mais não fazia sentido na cidade. Essa elevação de rotação aumentava muito o ruído interno e deixava o carro ruim de dirigir.
Um ponto que vale a pena ressaltar no Fit de toda geração, mas principalmente neste último é como ele é confortável e fácil de dirigir. Embora a suspensão tenha uma calibração mais firme que a média de mercado, o Fit consegue oferecer um conjunto agradável na cidade e seguro na estrada. O sistema de direção também repete esta boa atuação. É firme quando precisa ser firme, e leve em manobras.
Do ponto de vista do consumo, a primeira geração do Fit surpreendia pelo baixíssimo consumo de combustível, chegando a excelentes 12 km/l de gasolina na cidade e até 17 km/l na estrada, mas a segunda geração caiu neste conceito.
Longe de ser um gastador, muito pelo contrário, mas 8,3 km/l na cidade com etanol era o divulgado pela marca e o INMETRO, enquanto, na prática, estes números podiam ficar abaixo dos 7 km/l, dependendo do trajeto que o motorista pegasse.
No meu teste, com trajeto misto entre trânsito pesado e um pouco mais fluido, a média de consumo foi de 7,9 km/l de etanol.
Itens de série do Honda Fit EXL 2015
O Honda Fit EXL 2015 era a versão mais cara do Fit vendida à época e trazia itens de série como:
- Ar-condicionado;
- Direção elétrica;
- Coluna de direção regulável em altura e profundidade;
- Vvidros elétricos nas quatro portas;
- Retrovisores com ajustes elétricos;
- Rodas de liga-leve de 16 polegadas;
- Chave com telecomando;
- Banco do motorista com ajuste em altura;
- Freios com ABS e EDB;
- 4 airbags;
- porta-malas iluminado;
- Banco traseiro bipartido;
- Sistema ULTraSeat;
- Sistema de áudio com CD player com tela 5 polegadas, USB e Bluetooth;
- Alarme;
- Volante multifuncional;
- Câmera de ré;
- Grade com detalhes em preto brilhante;
- Chave-canivete
- Faróis de neblina.
- Alavanca de câmbio em couro;
- Computador de bordo;
- Iluminação azul do painel;
- Retrovisores com repetidores de direção;
- Maçanetas e detalhes cromados;
- Bancos revestidos em couro;
- Piloto automático.
Conclusão
O Honda Fit EXL 2015 é de longe um dos melhores carros já vendidos no Brasil e a resposta para quase todas as perguntas sobre “qual carro devo comprar”.
Ele é compacto por fora e espaçoso por dentro. O sistema ULTraSeat, que alguns anos depois foi renomeado para Magic Seat, torna ele um carro ótimo pra levar bagagens de quase todo tamanho.
É um carro bom de dirigir, principalmente em cidade e, claro, não tem um histórico de defeitos recorrentes. Até hoje, os mais comuns estão relacionados a barulhos no compressor de ar-condicionado e na suspensão, mas que são facilmente reparados.
Mas como nem tudo é perfeito, a falta de uma central multimídia nos tempos atuais pesa contra, bem como a ausência de itens de segurança como os controles de estabilidade e de tração, empregados no modelo somente em 2018.
Se o primeiro deles é resolvido com componentes do aftermarket, o segundo é irremediável. Estes são os tipos de componentes que você não sente falta até precisar.
Mas mesmo assim, se você tem R$ 65 mil na mão para comprar um carro seminovo, não olhar para o Honda Fit é loucura. Além de todas as qualidades (e defeitos, é claro), ele é um carro com uma lista enorme de fãs e muito procurado no mercado.
Portanto, se achar um em ótimo estado, vale a compra. É certeza de boa revenda e até que ganhar um trocado, dependendo do negócio. Ah, e tem mais uma coisa: você conhece algum dono ou ex-dono de Fit que não goste do carro? A melhor resposta é a opinião do dono.
Ficha técnica do Honda Fit EXL 2015
Motor | 4 cilindros em linha, 1.5, 16 válvulas, aspirado |
Cilindrada | 1.497 cm3 |
Combustível | flex |
Potência | 116 cv / 115 cv a 6.000 rpm (etanol/gasolina) |
Torque | 15,3 kgfm / 15,2 kgfm (etanol/gasolina) a 4.800 rpm |
Câmbio | CVT |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira) |
Tração | dianteira |
Dimensões | 3.997 mm (comprimento), 1.695 mm (largura), 1.535 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.530 mm |
Pneus | 185/55 R16 |
Porta-malas | 363 litros |
Tanque | 45 litros |
0-100 km/h | 12s |
Vel. máxima | 172 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 12,3 km/l (gasolina) e 8,3 km/l (etanol) |
Consumo estrada (Inmetro) | 14,1 km/l (gasolina) e 9,9 km/l (etanol) |