Hatch aventureiro, o Fiat Argo Trekking tem bom visual, anda bem na cidade e na estrada e ainda oferece baixo consumo de combustível
O mercado automotivo tem mudado muito nos últimos anos, isso é verdade, mas se tem uma velha fórmula que continua funcionando é a de carros “aventureiros” da Fiat.
A antiga linha Adventure da marca inaugurou um segmento completamente novo no Brasil, o de veículos com pouco ou nenhuma aptidão fora-de-estrada, mas que entregavam exatamente o contrário no visual.
Você deve lembrar de veículos como Palio Weekend (no final da vida tornou apenas ‘Weekend’), Strada e até a minivan Doblò com apliques diferenciados nos para-choques, suspensão elevada, pneus de uso misto e até modelos com bloqueio eletrônico de diferencial para a saída de atoleiros.
Pois é, isso deu tão certo que outras marcas tentaram o fazer o mesmo, mas sem o mesmo sucesso.
E agora o responsável por carregar essa roupagem diferenciada na linha Fiat é o hatch Argo, mas agora nominado como linha Trekking.
Embora o nome seja outro, o conceito é praticamente o mesmo: adesivos exclusivos que remetam ao fora-de-estrada, suspensão elevada com pneus de uso misto e… só isso. Pois é, parece pouco, não é verdade?
Mas se você colocar lado a lado o Argo S-Design e o Argo Trekking, que compartilham os mesmos motor, câmbio e lista de acessórios, a diferença de preço entre eles é quase inexistente, só que o Argo Trekking transpira um ar ser um carro com mais tecnologia.
Design
Visualmente falando, o Argo Trekking é o Argo mais “diferentão” da linha e consegue ser um ponto inicial para quem ainda não pode comprar o Fiat Pulse Drive.
Ele vem com faróis escurecidos, adesivo no capô fosco, teto, retrovisores e spoiler traseiro em teto brilhante, adesivos laterais e traseiro com o nome da versão, rodas de 15” exclusivas em cinza escuro (opcionais), pneus de uso misto Scorpion ATR, rack de teto e molduras plásticas que unem os para-choques dianteiros, caixa de rodas, laterais e para-choques traseiros.
No interior, a unidade que testei tinha os bancos em couro opcionais com costuras brancas, mas de restou é tudo igual: painel de instrumentos, faixa central em cinza escuro, central multimídia de sete polegadas… e por aí vai.
Motorização e desempenho do Fiat Argo Trekking
Além do visual atrativo, é aqui que mora o maior destaque do hatch aventureiro.
O motor 1.3 Firefly de quatro cilindros gera 101/109 cv a 6.250 rpm e 13,7/14,2 kgfm a 3.500 rpm (G/E) e o câmbio utilizado é o manual de cinco marchas.
Esse conjunto não conta com turbo, configuração de três cilindros, injeção direta, nada disso, mas performa tão bem no uso urbano que surpreende.
Não é um carro rápido, nem torcudo, mas te oferece exatamente o que você precisa para o uso em cidade e com os pneus de uso misto consegue fazer com que você se aventure, mas com moderação, em estradas de terra.
Na estrada, o desempenho não é satisfatório, mas o câmbio curto e fraco isolamento acústico tornam a experiência cansativa.
É o típico carro em que um uma sexta marcha faria um bem danado.
Consumo do Argo Trekking
Na mesma tocada do desempenho, o consumo do Argo Trekking é tão bom quanto muito carro 1.0.
Na cidade é fácil ver o computador de bordo registrar média acima dos 10 km/l com etanol no tanque e, na estrada, esse número ficar em torno dos 11,5 km/l.
Com gasolina, os números são ainda melhores, com médias de 13 km/l na cidade e 15 km/l na estrada.
Dirigibilidade do Argo Trekking
À primeira vista, a suspensão elevada deu uma preocupação quanto à estabilidade do veículo em estrada, mas na prática, isso não se confirmou.
Com 21 cm de altura, 6,1 cm a mais que os demais “Argos”, a suspensão tem calibração firme o suficiente para não se tornar dura e nem mole demais em estrada.
Na cidade, é um dos melhores hatches do segmento nesse quesito e os pneus de uso misto não prejudicam a dirigibilidade em asfalto e não mostrou menos aderência do que deveria em piso molhado
A direção eletroassistida é leve e progressiva o suficiente nas mais variadas condições de uso.
Os bancos, no entanto, poderiam ser mais anatômicos e oferecer melhor apoio para as pernas e lombar.
Espaço interno
Outro ponto elogiável do Argo Trekking é o bom espaço interno para todos os ocupantes, mesmo os de estatura média para alta.
O porta-malas é generoso e oferece bons 300 litros de volume.
Segurança e tecnologia do Argo Trekking
Como uma versão topo de linha deve ser, já que não há mais as antigas Precision e HGT, o Argo Trekking é bem equipado.
De série, você encontra itens de segurança como, airbags, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e monitoramento de pressão dos pneus.
A versão que avaliamos contava com o pacote de acessórios “Kit Trekking Full”, que custa R$ 7.120 adicionais, mas que agrega câmera de ré, rodas de liga leve de 15″ com cor exclusiva, pneus 205/60 R15 Scorpion ATR, chave presencial, ar-condicionado digital e bancos em couro exclusivos Trekking.
O modelo conta ainda com ar-condicionado digital, central multimídia Uconnect de 7” com projeção de celulares Android e Apple, computador de bordo e partida por botão.
Conclusão
O Argo Trekking é um ótimo hatch para quem quer um carro de entrada que oferece um algo a mais.
A suspensão elevada ajuda a evitar aquelas incômodas raladas de para-choque ao transpor valetas e entradas de estacionamentos elevadas, e ainda é ideal para rodar em trechos mal pavimentados. Dá ainda para viajar para o sítio no final de semana.
Tudo isso com boa lista de itens de série, conforto e baixo consumo de combustível.
Ficha Técnica Fiat Argo Trekking
Motor | quatro cilindros em linha, 1.0, 8 válvulas |
Cilindrada | 1.332 cm3 |
Combustível | Flex |
Potência | 109/101 cv a 6.250 rpm (E/G) |
Torque | 14,2/13,7 kgfm a 3.500 rpm (E/G) |
Câmbio | Manual de cinco marchas |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) |
Freios | discos sólidos (dianteira) e tambor (traseira) |
Tração | Dianteira |
Dimensões | 3.998 mm (comprimento), 1.724 mm (largura), 1.568 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.521 mm |
Pneus | 205/60 R15 |
Porta-malas | 300 litros |
Tanque | 48 litros |
0-100 km/h | 10,8s |
Vel. máxima | 173 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 8,4 km/l (E) / 12,1 km/l (G) |
Consumo estrada (Inmetro) | 9,7 km/l (E) / 13,6 km/l (G) |