Com mecânica 1.3 turbo e visual esportivo, Renegade Série S é bonito e anda bem, mas consumo ainda assusta
O Jeep Renegade evoluiu bastante desde a sua chegada ao mercado automotivo brasileiro em meados de 2015.
De lá para cá, ele recebeu algumas modificações no visual, ganhou e perdeu versões, e recentemente chegou a marca de 500 mil unidades produzidas no Brasil.
E uma dessas unidades é essa daqui que avaliei para o Blog da InstaCarro: o Jeep Renegade Série S, versão com um toque de esportividade, e uma pitada de vocação para a aventura.
Novidade que agradou aos fãs de motor turbo, porém deixou triste os apaixonados por diesel, a mecânica 1.3 turboflex deixou o SUV mais esperto e gostoso de andar, mas o consumo de combustível ainda é um ponto de atenção.
Com todas estas mudanças, SUV mais vendido de 2021 ainda é o melhor entre os principais concorrentes Volkswagen T-Cross e o Hyundai Creta? Conto tudo isso para você nas linhas abaixo.
Design externo e interno do Renegade Série S
Por fora, o novo Renegade Série S traz faróis em LED, grade afilada e emblemas e molduras da grade de sete aberturas com acabamento em preto.
Também são escurecidos o nome do carro nas portas e as rodas de liga leve de 19 polegadas que, por sinal, como em todo esportivo usa pneus de perfil fino (235/45 R19).
Os para-choque dianteiro com ângulo de entrada maior é o mesmo da versão Trailhawk, ideal para o uso no fora de estrada ou mesmo para quem sofre com as tradicionais raspadas de para-choque em valetas ou rampas de estacionamento, por exemplo.
Por dentro, o Renegade Série S é o mesmo das outras versões, com painel digital Full HD de 7″ customizável (o mesmo da Nova Fiat Toro) e central multimídia Uconnect de 8,4″ que traz espelhamento sem fio de celulares Android e Apple.
No console central há ainda um botão seletor de tração com cinco modos e o controle da tração 4×4 com função reduzida.
Desempenho do Renegade 1.3 turbo
A Jeep aposentou o motor diesel 2.0 de 170 cv e 35,7 kgfm no seu SUV de entrada para colocar o 1.3 turboflex de até 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque, isso combinado a transmissão automática de 9 marchas. Esse conjunto motriz é o mesmo usado no Jeep Commander, Compass e na Fiat Toro.
Na prática, a mudança no Renegade mostrou que o SUV pode ser mais ágil e muito mais rápido, seja no trajeto urbano ou no rodoviário, corringindo uma antiga reclamação dos proprietários de que o Renegade 1.8 Flex era um carro lento.
Em ambiente fora da estrada, o carro dá boas respostas com sua tração integral e quando se explora bem os modos de terreno. A carroceria mais larga e a suspensão independente das quatro rodas acaba por favorecer o conforto na cabine em trechos off-road, mas com pneus de uso urbano, não dá para se aventurar em terrenos mais acidentados ou escorregadios.
Se você pensa em colocar o Renegade Série S na lama, é melhor optar pela versão Trailhawk que custa o mesmo, mas que é pronta para este tipo de desafio.
Agora vamos ao calcanhar de Aquiles do modelo. Segundo o Inmetro, com o Renegade 1.3 turbo é possível ter um consumo na cidade de 9,1 km/l com gasolina e 6,3 km/l com etanol. Em circuito rodoviário, os valores sobem para 10,8 km/l com gasolina e 7,6 km/l com etanol.
Não são números terríveis, mas quando você usa o carro no dia a dia, vê que essa medição do Inmetro, assim como em todas as outras, é bem otimista. Consegui fazer um consumo de 7,8 km/l na cidade com gasolina e 9,6 km/l na estrada com o mesmo combustível.
Com etanol, os melhores números foram 5,9 km/l e 7,8 km/l, na cidade e estrada, respectivamente.
Itens de série do Jeep Renegade Série S
A versão S do Renegade traz uma boa lista de itens de série, tais como ar-condicionado de duas zonas, bancos revestidos em couro, câmera e sensores de ré, quadro de instrumentos digital de 7 polegadas, sistema Start-Stop, assistente de estacionamento automático, detector de tráfego traseiro e monitor de veículos no ponto cego.
Além disso, o SUV carrega central multimídia de 8,4 polegadas, carregador de smartphone por indução e abertura/fechamento do veículo e partida do motor sem chave. Como opcional, há a possibilidade de incrementar o carro com teto solar elétrico panorâmico.
Veredicto
Apesar do preço salgado, de R$ 171.995 (preço para São Paulo-SP), mas normal para os tempos atuais, o Renegade S surpreende quando colocado à prova nos mais variados terrenos, seja ele urbano, rodoviário e até no off-road.
A troca do motor diesel pelo turboflex ainda vai ser alvo de muitas polêmicas, mas se pensarmos que o público normal para esse carro é de quem o usará essencialmente na cidade, a versão diesel era superdimensionada para o seu uso final.
A troca do motor fez com que o carro perdesse torque, porém as tecnologias de controle de tração não deixam faltar fôlego e vocação aventureira para o líder de vendas do principal segmento automotivo do Brasil.
No entanto, não dá para não ressaltar o quanto o Renegade 1.3 turbo gosta de beber combustível e seus concorrentes de mercado, como o Hyundai Creta e o Volkswagen T-Cross dão banho nele nesse aspecto.
Se para você ter um SUV econômico seja primordial, o Renegade deve ser deixado de lado frente aos concorrentes. Mas se você quer uma experiência mais próxima de um SUV raiz e pronto para enfrentar tudo, não tem como não pensar em colocar o Renegade na garagem.
Ficha técnica Jeep Renegade Série S T270 Flex
Motor | quatro cilindros em linha, 1.3, 16 válvulas, injeção direta e turbo compressor |
Cilindrada | 1.332cm3 |
Combustível | flex |
Potência | 185 cv / 180 cv a 5.750 rpm (etanol/gasolina) |
Torque | 27,5 kgfm (etanol/gasolina) a 1.750 rpm |
Câmbio | automático convencional de nove marchas |
Direção | eletroassistida |
Suspensões | McPherson (dianteira/traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira) e dicos sólidos (traseira) |
Tração | Integral sob demanda |
Dimensões | 4.268 mm (comprimento), 1.805 mm (largura), 1.706 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.570 mm |
Pneus | 235/45 R19 |
Porta-malas | 320 litros |
Tanque | 55 litros |
0-100 km/h | 9,5s |
Vel. máxima | 202 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 9,1 km/l (gasolina) e 6,3 km/l (etanol) |
Consumo estrada (Inmetro) | 10,8 km/l (gasolina) e 7,6 km/l (etanol) |
One Comment
Opiniao de dono.
Tenho um série S 2023 e o consumo é terrível.
Se usar no dia a dia com o ar ligado e ele faz 4,5km/l no álcool, isso encostando o pé no acelerador. Se precisar pisar mais ou pegar subidas o carro não passa de 4km/l.
As trocas de marcha na saída é péssima, e se estiver com o start/stop ligado ele demora para sair.
Uma vez parei num cruzamento e acelerei para cruzar rapidamente e o carro demorou 1 segundo para responder e quase me acertaram no meio da porta.
O auxiliar de frenagem não é efetivo e confiável, já levei 2x na garantia em 1 ano.
Nunca mais comprarei um JEEP.
A unica coisa boa é que ele é tão ruim que ninguém quer roubar então o seguro não é caro.