Toyota SW4 Diamond reúne o que há de melhor em SUV montado sob chassi: robustez, vocação 4×4 e zero defeitos crônicos. Porém, custa muito para o que oferece.
Tem alguns carros que custam tão caro que é difícil entender o motivo de alguém pagar tanto por um veículo. E um dos modelos que se encaixa perfeitamente na afirmação anterior é o Toyota SW4.
SUV 4×4 histórico, reúne uma legião fãs em todo o mundo e, aqui no Brasil, é sinal de status e sucesso financeiro, sem contar que é o sonho de todo motorista: não quebra! Pode pesquisar, não há registros de defeitos crônicos no SUV, nem nele e nem na picape Hilux, da qual ele deriva.
E a fama é tão antiga que, há 20 anos, o programa Top Gear UK fez um experimento para testar a resistênica da Toyota Hilux de 4ª geração (anos 80/90). A picape foi exposta às piores condições possíveis, como bater em uma árvore, ter um trailer derrubado em cima e até ser submersa em água do mar (pior condição possível para um motor e eletrônica de um veículo.
Resultado: depois de Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond tentaram de tudo, até colocar a pobre Hilux sobre um prédio antes de implodi-lo. E o motor dela continou ligando…
Minha missão hoje é te explicar se estes atributos continuam presentes no SW4 e se essa confiabilidade justifica o seu preço: R$ 423 mil nesta versão Diamond.
Design do Toyota SW4 Diamond 2024
A versão Diamond é a mais luxuosa da gama SW4 aqui no país, mas não é a de topo. Posicionada abaixo da esportiva GR Sport, herda dela parte do visual, o que deixa o SUV um dos mais bonitos do segmento.
O destaque na frente fica por conta do desenho do farol afilado e com DRL em LED, bem como uma grade um pouco mais estreita, ausência de cromados na dianteira e um para-choque com design esportivo, tudo vindo da versão GR Sport.
Na lateral, as rodas diamantadas de 18 polegadas e os pneus Bridgestone de todo terreno reforçam a capacidade do carro como um verdadeiro veículo off-road. Outro detalhe importante na versão Diamond é a pintura bicolor, com a cor do teto em preto, repetindo a tonalidade nos retrovisores. Detalhes cromados na lateral adicionam requinte e ao conjunto.
Na traseira, há um spoiler que reforça o caráter mais esportivo, lanternas em LED estreitas com um aplique em preto brilhante, unindo as duas lanternas de forma destacada. Os para-choques têm um recorte que simula uma saída de ar, e o porta-malas conta com abertura elétrica.
Ao abrir, percebemos um espaço de 180 litros quando o modelo está configurado para 7 lugares, mas se rebatermos a última fileira, o volume aumenta para 500 litros.
No interior, é preciso começar falando sobre a ergonomia do veículo. O banco é ajustável eletricamente, permitindo regulagem para frente, para trás e inclinação do enconsto. O volante também é ajustável em altura e profundidade, mas devido à sua característica de construção, ou você vai dirigir com as pernas mais esticadas e longe do volante, ou ficar perto do volante e com as pernas dobradas. O desafio é encontrar um equilíbrio entre alcançar o volante sem forçar a flexão das pernas, evitando cansaço durante a condução.
Já o acabamento interno merece atenção. Nas portas, no painel e nos bancos, prevalece o uso de plástico, com detalhes em couro legítimo apenas na região de apoio de braços. Na parte interna da porta, encontramos controles para vidros elétricos, travamento, retrovisor elétrico e alto-falantes. Destaque para o sistema de som Premium da JBL, oferecendo uma experiência sonora de qualidade.
Ao explorar os botões no console, deparamo-nos com funcionalidades curiosas, como o botão “idle up”, que funciona como um afogador, acelerando o motor para aquecer o veículo em locais mais frios. No entanto, a presença do botão de ventilação nos bancos dianteiros, sem opção de aquecimento, pode parecer contraditória.
O volante multifuncional oferece comandos para troca manual de marchas, controle de cruzeiro e ajustes do sistema de som. A interface do sistema de entretenimento, com espelhamento de celulares e controles no volante, destaca-se, apesar da resolução inferior da câmera de ré.
O console central apresenta três modos de condução (Eco, Normal e Sport) e controles para desligar o controle de tração e bloquear o diferencial traseiro. A ausência de teto solar pode ser notada, especialmente considerando o valor elevado do veículo.
O espaço na fileira central é amplo, mas o acesso à terceira fileira pode ser complicado, exigindo manobras desconfortáveis.
Desempenho do Toyota SW4 2024
O SW4 Diamond, assim como as outras versões, vem com um motor turbo diesel de 204 cv e 50,9 kgfm. Isso representa um ganho significativo em relação às versões anteriores à 2021, que tinham 177 cv e 45,9 kgfm usando o mesmo motor 1GD-FTV. A potência aumentada é atribuída a uma reprogramação e recalibração, juntamente com a instalação de uma turbina maior.
Durante a condução, percebe-se bastante presente a força do conjunto, que é comando por uma transmissão automática de 6 marchas e tração 4×4, que pode ser ativada através de chave seletora no painel.
Especialmente em situações como subidas íngremes, dá para ouvir claramente as “castanhadas” do motor diesel e a turbina enchendo, um prato cheio para os amantes de carros à diesel, como eu.
Com este conjunto, o SW4 acelera forte nas mais variadas situações do dia, como em saídas de semáforo, de pedágios, ou quando você colocá-lo no offroad pesado. Mas como você provavelmente irá usá-lo com maior foco no dia a dia e nas viagens entre cidades, minha avaliação focou nisso.
No modo Eco, o acelerador tem respostas mais lentas e progressivas e o câmbio faz trocas de marchas em rotações mais baixas, tudo para priorizar o consumo. No modo Normal, o carro se torna mais ágil, solto. É o SW4 funcionando perfeitamente equilibrado e, se precisar, basta cravar o pé direito que ele vai acelerar rápido. Já no modo Sport, a diferença na aceleração é ainda mais notável e as trocas de marchas passam a acontecer com rotações mais altas.
O conforto de rodagem é um ponto positivo também, apesar de ser um SUV grande montado sobre chassi. A suspensão é tem calibração eficiente, permitindo uma condução suave em estradas mal pavimentadas esem o tradicional chacoalhar que esta configuração costuma propiciar.
Porém, em estradas em curvas acentuadas, é bom prestar atenção, tirar o pé e optar pela segurança. A carroceria rola bastante e, se você exagerar, não tem controle de tração que possa fazer milagres.
Entre os itens de apoio à condução, especialmente um me decepcionou: o piloto automático adaptativo, que não contorna curvas e desliga automaticamente abaixo de 25 km/h. Pelo preço do veículo, esperaria-se um sistema mais avançado nesse aspecto, com função Stop & Go e até o contorno de curvas. Este último, no entanto, torna-se inviável já que o SUV, até hoje, tem direção com assistência hidráulica, e não é elétrica.
Itens de série do SW4 Diamond 2024
Como um veículo topo de linha, o Toyota SW4 Diamond traz como itens de série:
- 2 entradas USB traseiras (carregamento);
- 8 alto-falantes, 2 tweeters e 1 subwoofer (Sistema de som JBL®);
- Abertura elétrica do porta-malas com função de memória para ajuste da altura da tampa;
- Abertura eletrônica do porta-malas com sensor de presença;
- Acendimento automático dos faróis;
- Aerofólio traseiro;
- Ajuste elétrico de distância, inclinação e altura para os bancos do motorista e passageiro;
- Ar-condicionado duas zonas integrado frio e quente com display digital;
- Bancos dianteiros ventilados;
- Câmera de 360 graus (PVM);
- Carregador por indução;
- Computador de bordo com tela de 4,2″ de TFT com funções: autonomia, aviso das portas abertas, consumo médio e instantâneo de combustível, distância a percorrer com combustível no tanque, economia realizada, indicador de modo econômico, hodômetros total e parcial, temperatura externa, tempo de direção, velocidade média do veículo, visualização de áudio;
- Faróis alto e baixo de LED com nivelamento automático;
- Faróis com temporizador – Follow Me Home;
- Faróis de neblina dianteiros;
- Lanternas traseiras de LED;
- Maçanetas externas cromadas;
- Modo de seleção de condução Eco / Power / Sport;
- Painel de porta com luz de conveniência;
- Retrovisor externo, luz interna e de ignição acionadas por controle na chave;
- Retrovisores externos com regulagem elétrica, rebatimento elétrico,indicadores de direção e iluminação de boas-vindas;
- Retrovisores externos na cor do veículo;
- Retrovisor interno eletrocrômico;
- Revestimento dos bancos em Couro e Material Sintético;
- Saída de ar-condicionado central com difusores no teto e controle de intensidade;
- Seletor para troca de tração;
- Sistema multimídia com tela de 8″ sensível ao toque, rádio com MP3, câmera de ré e espelhamento Android Auto® e Apple CarPlay®;
- Terceira fileira de bancos rebatíveis;
- Tomada de energia (12V);
- Vidros elétricos e sistema de abertura e fechamento por um toque com antiesmagamento;
- Airbags de joelho (um) para o motorista, de cortina (dois), frontais (dois) e laterais (dois);
- Assistente de descida (DAC);
- Assistente de pré-colisão (Pre-crash System – PCS) com alerta sonoro e visual e, se necessário, frenagem automática;
- Assistente de reboque (TSC);
- Assistente de subida (HAC);
- Controle adaptativo de velocidade de cruzeiro (ACC);
- Controle eletrônico de estabilidade do veículo (VSC);
- Controle eletrônico de tração (A-TRC);
- Sensores de estacionamento dianteiros (2) e traseiros (4);
- Sistema auxiliar BAS (sistema de assistência em frenagem de emergência) nas 4 rodas;
- Sistema auxiliar EBD (distribuição eletrônica de força de frenagem) nas 4 rodas;
- Sistema de Alerta de Mudança de Faixa (Lane Departure Alert – LDA);
- Sistema de Alerta de ponto cego (BSM);
- Sistema de Alerta de tráfego traseiro (RCTA);
- Sistema universal Isofix para fixação de cadeirinha para crianças no banco traseiro;
- Trava de segurança do estepe;
- Trava (porca) de segurança das rodas;
- Nota máxima de 5 estrelas no Latin NCAP.
Vale a pena comprar o Toyota SW4 Diamond?
Te prometi lá no comecinho do texto te explicar por que alguém pagaria R$ 423.000 por esse carro. Bom, a explicação mais clara para isso seria a sua robustez mesmo e sua vocação offroad. Pelo o que oferece como conjunto, é caro demais e nem mesmo a justificativa de ser um carro importado explica.
Produzido na Argentina e importado para o Brasil, essa transação é isenta de impostos de importação, portanto, seu preço é alto justamente porque tem quem pague por ele. É um carro de nicho e que custa o que custa pela segurança e confiabilidade que carrega, comparável aos compradores que procuram os Land Rover Defender e Mercedes Classe G.
Para você ter ideia, o SW4 vende mais de 1.000 unidades mês há, pelo menos, uma década. Se baixasse o preço venderia mais? Com certeza! Mas popularizaria um status que a marca quer garantir ao seu público fiel.
Ficha técnica do Toyota SW4 Diamond 2024
Motor | 4, em linha, longitudinal, turbo e injeção direta |
Cilindrada | 2.755 cm3 |
Combustível | diesel |
Potência | 204 cv a 3.400 rpm |
Torque | 50,9 kgfm a 2.800 rpm |
Câmbio | Automático de 6 marchas |
Direção | hidráulica |
Suspensões | Braços sobrepostos (dianteira) e eixo rígido (traseira) |
Freios | discos ventilados (dianteira e traseira) |
Tração | Integral temporária |
Dimensões | 4.795 mm (comprimento), 1.855 mm (largura), 1.835 mm (altura) |
Entre-eixos | 2.745 mm |
Pneus | 265/60 R18 |
Porta-malas | 500 litros (5 lugares), 180 litros (7 lugares) |
Capacidade de carga | 575 kg |
Tanque | 80 litros |
0-100 km/h | 11,8s |
Vel. máxima | 180 km/h |
Consumo cidade (Inmetro) | 9,8 km/l |
Consumo estrada (Inmetro) | 11,2 km/l |
Autonomia urbana estimada | 784 km |
Autonomia rodoviária estimada | 896 km |