Alta nos preços do litro do combustível faz motoristas olhar com carinho para o gás natural, mas o cilindro de kit GNV não compensa para todos
O preço do combustível está dificultando a vida dos motoristas no Brasil. A situação está tão fora de controle que, recentemente, o valor do litro da gasolina já passa de espantosos R$ 7 em alguns estados.
Diante disso (e do custo ainda proibitivo de carros elétricos), o gás natural veicular (ou simplesmente GNV) surge como alternativa interessante para quem precisa rodar muito com o veículo.
Aí surge a pergunta: vale a pena fazer a conversão de seu carro para o GNV? Veja a seguir os prós e contras de rodar com gás natural.
Mais economia no dia-a-dia
O maior benefício (e o mais óbvio deles, claro) é a economia no bolso. O levantamento mensal feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) indica que o custo médio do metro cúbico do GNV neste início de 2022 é de R$ 4,436, bem abaixo da média de R$ 5,052 cobrada pelo litro do etanol.
Como é alguns carros rodam mais de 10 quilômetros por metro cúbico de GNV, o custo por quilômetro rodado é bem menor em um carro abastecido com gás natural.
Vamos usar o exemplo do Fiat Grand Siena, que até o 2021 era o único carro nacional que podia vir preparado de fábrica para receber a conversão. É possível encher os cilindros de gás com aproximadamente R$ 40, quantia suficiente para rodar de 150 a 200 quilômetros sem reabastecer.
Comparando com os veículos movidos a combustão, o carro mais econômico do Brasil na atualidade é o Chevrolet Onix Plus 1.0 turbo com câmbio manual, que faz 13,7 km/l na cidade e 17 km/l na estrada com gasolina.
As médias são do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, que é referência para medir a eficiência energética dos carros vendidos no país.
No geral, segundo a Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), a economia de combustível pode chegar a quase 60% em alguns casos.
Outro benefício presente em todo carro com GNV é a possibilidade de escolher com qual combustível rodar. Basta pressionar um interruptor para que o carro comece a rodar com etanol ou gasolina em vez do gás natural.
Em tempo: o custo médio para instalar o kit de GNV em seu veículo é de aproximadamente R$ 4 mil. Existem ainda outros gastos com vistorias e documentações, os quais trataremos mais adiante.
Cilindro de kit GNV rouba espaço do porta-malas
Mas é claro que nem tudo são flores. A maior desvantagem do GNV está no desempenho. Estima-se que a perda de potência pode chegar a 20% em alguns veículos.
Sendo assim, se você quer está pensando em converter um carro 1.0 (o que é perfeitamente possível, diga-se), tenha em mente apenas que você vai passar um pouco de aperto no dia-a-dia, especialmente com o carro carregado.
Outro problema é o tamanho do cilindro do kit GNV, que rouba bastante espaço no porta-malas. Além de alguns veículos utilizarem dois cilindros, normalmente eles ficam no compartimento de bagagens.
Então é bom pensar duas vezes caso você tenha família grande ou precise do espaço lá atrás para carregar objetos grandes. Pelo menos em alguns modelos de carro ainda sobra área para levar algumas malas maiores.
Documentação e vistorias são obrigatórias
Caso você esteja convencido de que o gás natural é a melhor alternativa para você, fique sabendo que não é só instalar os cilindros e sair rodando por aí.
A primeira providência é procurar uma oficina credenciada pelo Inmetro. Basta consultar no próprio site do instituto a lista de estabelecimentos autorizados a realizar este tipo de serviço. Assim você garante que a instalação do kit de gás natural veicular seja realizada com segurança e dentro da lei.
O passo seguinte é realizar a vistoria que atesta o funcionamento correto do kit, bem como de vários componentes e peças vitais do carro, como pneus e luzes.
A vistoria precisa ser repetida anualmente, sempre antes de fazer o licenciamento do veículo. Os locais que executam o serviço são credenciados pelo próprio Inmetro, e é bom pesquisar antes de escolher o estabelecimento porque o preço varia bastante.
Os cilindros de GNV passam por um teste para avaliar suas condições a cada cinco anos. Feito tudo isso, o último passo é alterar o documento do veículo para que conste o novo combustível.
É importante ressaltar que alguns especialistas recomendam rodar com combustível (etanol ou gasolina) ao menos uma vez por semana. O motivo é que, como o GNV é mais seco que o etanol ou a gasolina, ele pode causar danos a alguns componentes do veículo se utilizado de forma contínua por muito tempo.
A última dica (e não menos importante) é sair do veículo e conservar uma distância segura dele enquanto o cilindro do kit GNV está em abastecimento. As chances de um acidente ou até explosão são muito pequenas, mas é sempre bom prevenir.
Então o GNV vale a pena ou não?
Rodar com o gás natural traz benefícios e desvantagens. Entretanto, apenas quem percorre longas distâncias, como taxistas e motoristas de aplicativos de transporte, é que vai notar uma diferença mais significativa no fim do mês.
Caso você não use seu veículo tanto assim, o melhor é continuar rodando com etanol ou gasolina. Principalmente se você não abre mão do desempenho ou se precisa de um porta-malas mais generoso para transportar malas.
4 Comments
Quero colocar GNV. O CARRO E ANTIGO (WV BORA 2.0 2001 automático 4 portas. Adiquiri em BSB (Brasília) fui transferida transferida p RJ em 2006. Não transferi o veículo. Ele veio em uma transportadora junto com minha MUDANÇA (móveis).
PRECISO avisar o DETRAN RJ?
Olá, tudo bem? Nesse período o carro não mudou de dono, certo? Se mudou, você deve transferir para o seu nome. Caso ele seja seu desde essa época, você precisa atualizar o seu endereço novo no Detran para realizar qualquer modificação, como a instalação de GNV, pro exemplo.
Ja tive um corsa 1000 e estava com gnv pois era taxi mas agora to com um ESPERO CD DAEWOO 2.0 e a gasolina esta muito cara.
Tinha um taxi corsa mil no gnv economizava muito bem a gasolina esta muito cara agora to com um espero cd daewoo 2.0 gasolina, queria saber quanto fica pra instalar o kit.