Comprar um carro é um dos maiores sonhos do brasileiro. Se tratando de bens, talvez só não seja maior do que o sonho da casa própria. Entretanto, adquirir um veículo é mais complicado do que simplesmente juntar o dinheiro e comprá-lo. Diversos custos estão envolvidos após a compra, dentre eles, a manutenção, o seguro e o tributo pago anualmente ao governo: o IPVA. O valor da alíquota recolhida pelo imposto está prevista na tabela IPVA, e varia entre os estados e o DF.
“Entretanto, por quê falam tanto desse imposto? O que acontece se eu não pagá-lo?”
Diferentemente da prestação do carro, o IPVA pode ser pago em, no máximo, três vezes, normalmente no primeiro trimestre. É necessário planejar-se ao longo do ano para não passar aperto na hora do pagamento. Em caso de atraso, o proprietário receberá por correio um comunicado com prazo para saldar a dívida. Se não cumprir a data, será negativado e terá seu nome incluído na dívida ativa do governo.
O valor da tabela IPVA se dá através de uma certa porcentagem do veículo, e pode ser pago em parcela única no mês de janeiro. Como dito acima, o parcelamento do IPVA também é permitido, em até três vezes e, no geral, entre janeiro e março do mesmo ano. Isso vale para automóveis, caminhonetes, ônibus, micro-ônibus, motos e similares (para caminhões, o parcelamento é feito trimestralmente).
Se estiver interessado em como saber o valor do IPVA, as diferenças do valor entre os estados e o porquê é importante considerá-lo ao planejar a compra de um carro, confira o post completo do InstaCarro.
Como é o cálculo do IPVA?
Como é calculado o IPVA? Essa é uma pergunta frequente entre os proprietários, e, na verdade, não é tão complicado quanto parece. O cálculo funciona assim: o valor do imposto presente na tabela IPVA é calculado de acordo com o tipo de veículo, cuja alíquota é definida estadualmente sobre o valor venal do carro.
Para tornar mais fácil o entendimento de como é feito o cálculo, vamos por partes.
Cada um dos 26 estados brasileiros, e também o distrito federal, define a alíquota do tributo no seu território. Ou seja, cada um possui a sua própria porcentagem a ser cobrada no IPVA. Essa taxa, porém, é recolhida apenas de carros movidos a gasolina e biocombustíveis, que maioria nas ruas.
O tipo de veículo também influencia no valor do imposto. Todos os estados, a seu critério, categorizam os seus veículos. Entre as regiões, pode haver uma diferença considerável de porcentagens aplicadas. Para tomar como exemplo, essas são as categorias em São Paulo:
- Veículos de carga, tipo caminhão;
- Ônibus e micro-ônibus;
- Caminhonetes cabine simples (capacidade de até 3 passageiros);
- Motocicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos e quadriciclos;
- Máquinas de terraplanagem, empilhadeiras, guindastes, locomotivas, tratores e similares;
- Veículos movidos a álcool, gás natural veicular (GNV) ou eletricidade, exclusivamente ou combinados entre si,
- Veículos não incluídos nas linhas acima (dentre eles, os movidos a gasolina e biocombustíveis).
A porcentagem referente ao tipo do veículo vai aumentando de cima para baixo nessa lista. Caminhões, por exemplo, pagam 1,5% de IPVA. Já os carros movidos a gasolina desembolsam 4% do valor venal do veículo no imposto, enquanto, para motocicletas e ciclomotores, o gasto é de 2%. Todos os estados possuem essa diferença de alíquotas aplicada entre as categorias.
E afinal, o que é esse tal de valor venal? Nada mais do que o valor do veículo previsto na tabela Fipe. Sim, o tanto que você irá pagar de IPVA está diretamente ligado com o preço do seu carro nessa tabela. Ou seja, ter pago a mais ou a menos do que o preço da Fipe por ele na hora da compra não influencia no valor do imposto pela tabela IPVA.
Diferença de IPVA entre estados
Como já dito, o valor do imposto na tabela de IPVA muda entre os estados. Por lei federal, a alíquota pode variar de 1% a 4%. Em nenhuma das 27 unidades federativas é praticada a porcentagem mínima. No Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo, todos no sudeste do país, a alíquota está estabelecida no seu valor máximo, de 4%. Já a menor porcentagem em prática, de 2%, é utilizada no Acre, no Amazonas, no Espírito Santo, no Mato Grosso, em Rondônia e em Santa Catarina. Para saber todos os valores, confira a tabela abaixo:
Acre – 2%
Alagoas – 2,75%
Amazonas – 2%
Amapá – 3%
Bahia – 2,5%
Ceará – 2,5%
Distrito Federal – 3,5%
Espírito Santo – 1%
Goiás – 3,75%
Maranhão – 2,5%
Minas Gerais – 4%
Mato Grosso – 2%
Mato Grosso do Sul – 3,5%
Pará – 2,5%
Paraíba – 2,5%
Paraná – 3,5%
Pernambuco – 3%
Piauí – 2,5%
Rio de Janeiro – 4%
Rio Grande do Norte – 3%
Rio Grande do Sul – 3%
Rondônia – 2%
Roraima – 3%
Santa Catarina – 2%
Sergipe – 2,5%
São Paulo – 4%
Tocantins – 2,5%
Tabela IPVA em São Paulo
No estado de São Paulo, pela tabela do IPVA, é praticada a maior alíquota possível: 4%. Quanto ao pagamento do imposto, cada final de placa dos veículos (de 0 a 9) possui a sua data limite para efetuá-lo, que também pode ser parcelado em até três vezes. As parcelas, entretanto, devem ser pagas entre janeiro e março. Todos os veículos só podem ser parcelados no máximo ao longo do primeiro trimestre, com exceção dos veículos de carga. O pagamento do IPVA desses pode ser feito em parcelas trimestrais.
Tabela IPVA no Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a alíquota máxima também está em vigor. O pagamento pode ser feito em parcela única ou em até três vezes. A divisão de datas de vencimento pelo final das placas também acontece no Rio. Do final 6 ao 9, entretanto, o pagamento começa em fevereiro e termina em abril, diferente dos primeiros finais, que começam em janeiro e terminam em março, igual ao estado de São Paulo.
Planejando a compra de um carro
Na hora de comprar um carro, apenas juntar o dinheiro para pagá-lo não é o recomendado. É necessário planejar todos os custos que o veículo trará para o seu bolso. Seguro, manutenção, prestações e combustível. Esses são alguns dos principais gastos que possuir um carro traz. Ter problemas com dívidas do automóvel é uma dor de cabeça que pode ser evitada. Esses custos precisam ser pensados antes de se comprar um outro carro.
O IPVA também é um desses principais gastos. Ele é pago apenas no começo do ano, mas planejar ao longo do resto dos meses a forma de pagamento mais adequada do próximo IPVA se faz necessária, a fim de não se apertar em dívidas. Ou pior: atrasar o pagamento do imposto.
IPVA atrasado: quais são os riscos?
Afinal, o que acontece caso o IPVA não seja pago?
Primeiramente, se o imposto estiver atrasado, o veículo não pode ser licenciado. Caso o motorista seja pego com a licenciatura do carro irregular, as chances do automóvel ser apreendido são altíssimas. E, como dito lá no começo do texto, o nome do proprietário do veículo estará incluído na dívida ativa.
Estando apreendido, o carro irá para o pátio do Detran. O proprietário, então, terá de arcar com os juros, a multa e o custo da diária do veículo no pátio. Entretanto, o pior talvez seja o fato de que o IPVA atrasado não pode ser parcelado. Ele tem de ser quitado no valor integral, tudo de uma vez só. Se já estava difícil conseguir o dinheiro para pagar o IPVA, quem dirá, então, para pagar todos os custos de uma apreensão.
Portanto, planeje-se quanto a isso na hora de trocar de carro. Arcar com um IPVA maior talvez não seja a melhor opção em determinado momento. Esperar, por mais que seja por vários meses, talvez ser necessário, e é, com certeza, melhor do que correr o risco de sujar o nome e, no pior dos casos, ter o carro apreendido.