É sabido que o preço que pagamos por um determinado veículo não será o mesmo pelo qual o venderemos mais tarde, afinal de contas, a depreciação de carro novo acontece mês a mês. Ao final do ano, percebemos que nosso veículo desvalorizou entre 10 a 15%, em um período de apenas doze meses.
Na hora da revenda, costumamos tomar por referência o preço de carros usados apontado na tabela Fipe. Contudo, é importante ter em mente que ao consultar a tabela Fipe, valor apontado não é, necessariamente, o correto.
Isso acontece, pois, a tabela da Fipe se fundamenta em uma média pautada em todas as negociações — ocorridas no mês anterior — envolvendo o veículo em questão, proporcionando um preço base para as negociações do mercado. Grosso modo, a grande maioria dos consumidores — vendendo ou comprando — baseia-se nos valores dessa tabela, julgando ser o preço mais justo e coerente.
No entanto, a estratégia não é das melhores, porque a tabela Fipe oficial desconsidera alguns pontos importantes que influenciam no valor de venda, positiva ou negativamente, como a quilometragem, conservação, entre outros.
Pensando nisso, elaboramos este megapost! Nessa leitura você entenderá sé é justo negociar um carro com base na depreciação de carro calculada pela tabela Fipe, conhecendo os demais critérios que interferem na precificação de um usado.
Para além disso, você terá a oportunidade de conferir os carros que mais desvalorizam, frente aos carros que menos desvalorizam no mercado nacional, uma informação importante e que pode nortear a sua próxima compra ou venda. Se você não sabe o que significa tabela Fipe, acompanhe e entenda melhor o que é tabela Fipe!
O funcionamento da depreciação sobre o valor dos carros
A taxa de depreciação de veículos não é calculada com base em achismos ou ‘olhômetros’. Em realidade, existem diversos critérios que avaliam a porcentagem de desvalorização que um carro poderá sofrer. Dois bastante conhecidos e relevantes, são a situação do carro no mercado e o seu ano.
A exemplo, um modelo que esteja na moda, vendendo superbem, representando o objeto de desejo para muitos consumidores, mesmo sendo caro, tende a sofrer menor desvalorização, vide o Honda HR-V, SUV de desenho arrojado, de uma marca confiável, preço elevado e desvalorização ínfima — 4,5% em 2016.
Além desse exemplo, existem diversos outros fatores com maior e menor protagonismo na desvalorização de um veículo, mas ainda ressaltamos que o trio com maior destaque na depreciação continua sendo a situação de mercado, estado de conservação e a quilometragem do automóvel.
Agora, confira abaixo os principais fatores na composição desse fenômeno de mercado, capaz de desvalorizar o veículo em sua garagem!
Quilometragem
Como citamos acima, a quilometragem continua a ser um dos quesitos mais influentes na desvalorização, pois ela demonstra uma métrica do quanto o carro foi utilizado, denotando o desgaste das peças, como ínfimo ou avançado. Essencialmente, quanto mais rodado o veículo for, mais desvalorizado ele será, pois quanto maior o uso de um veículo, maior a probabilidade de desgaste nos componentes internos.
Isso pode ser fundamentado, inclusive, por uma pesquisa interna da InstaCarro, que conseguiu apontar a probabilidade relativa de haverem problemas no motor em função da idade do veículo. Confira:
Idade do veículo em anos Probabilidade de problemas no motor
1 15%
2 20%
3 25%
4 30%
5 35%
6 40%
7 45%
8 50%
Conservação
Esse é o critério que o antigo proprietário mais teve participação, já que considera o estado de conservação do veículo. No momento da revenda, qualquer detalhe que aponte descuido estético — arranhões, amassados, desbotamentos — ou falhas mecânicas influenciarão negativamente no preço avaliado.
Inclusive, esse é o principal critério desconsiderado pela tabela Fipe de carros, já que quanto mais afetado mecanicamente estiver o automóvel, menor será o seu valor. Para além disso, o estado do carro costuma ser um ponto de polêmica em negociações diretas com lojistas, pois de acordo com os consumidores, as concessionárias inventam problemas no automóvel para depreciar o veículo. Essa prática é repudiada pela InstaCarro, que segue bradando e oferecendo a melhor avaliação de carros usados.
Categoria
O mercado automotivo tem forte vigor passional, tendo suas tendências portanto, ditadas de acordo com as vontades publicitárias, nacional e mundialmente. A “bola da vez” do mercado automotivo são os SUVs, utilitários esportivos, altos, famosos por serem carros grandes, que passam boa sensação de segurança.
Sendo assim, essa categoria tem sido a menos desvalorizada nas análises recentes. Como exemplo, tornamos a destacar o Honda HR-V, que em 2016, foi o menos desvalorizado de todo o mercado automobilístico, com singelos 4,5% de queda. Curiosamente, em segundo lugar, esteve o Jeep Renegade, com apenas 6,4% de desvalorização.
Para além das modas e tendências, as carrocerias tradicionais e populares também sofrem baixa desvalorização, como foi o caso dos hatches de entrada e dos hatches compactos. Também em 2016, o compacto Ônix desvalorizou em 8,3%, enquanto o Up!, de entrada, teve 9,4% de depreciação. Duas das menores quedas em todo o mercado.
Os preços mais baixos e o fato de serem carros extremamente comercializados, garante a esses modelos uma desvalorização mais anestesiada. Isso fica evidente ao compararmos com um veículo de igual carroceria, mas do nicho de veículos de luxo.
A exemplo do bem quisto Mini Cooper, que desvalorizou em pesados 15,5% — ainda sendo o terceiro modelos da categoria, no segmento premium, que menos desvalorizou. Entre os compactos premium, o 500 da Fiat foi o menos depreciado, com 13,4%.
Originalidade
Não importa o quanto você invista em customizações pós-compra, veículos personalizados sempre sofrerão alta rejeição no mercado, seja de seminovos, seja de usados. Portanto, quanto mais original for o veículo, apenas equipado com os itens da montadora, seguindo os parâmetros de autenticidade, melhor será o processo de revenda, e menos sujeito a desvalorização violenta.
Isso tem o valor redobrado para as modificações mecânicas, que depreciam ainda mais o modelo, violando garantias — caso hajam — e demais critérios importantes aos olhos dos potenciais compradores.
Montadora
Sim, a marca importa! Para além das questões de status, as marcas estabelecem relações de confiabilidade com os consumidores de um determinado país, no decorrer do seu histórico de venda e manutenções. Afinal de contas, foi assim que algumas japonesas conseguiram o apreço do consumidor brasileiro, em detrimento de algumas marcas francesas que não tiveram tanta sorte — seja pelo pós-venda falho, modelos que fracassaram mecanicamente, entre outros motivos.
Segundo um levantamento interno exclusivo da InstaCarro, as marcas de revenda mais facilitada são a Honda, Hyundai, Toyota, Chevrolet e Ford. As japonesas e a única sul-coreana — Honda, Toyota e Hyundai respectivamente — estão no imaginário popular brasileiro como símbolos de durabilidade e confiança. As duas americanas — Chevrolet e Ford — vendem modelos robustos e populares, de fácil repasse.
Características
Aqui temos um critério bastante amplo. Por exemplo as cores dos veículos. Quanto mais chamativa e inusitada a cor do seu modelo, maiores as chances de ele ficar estacionado por muito tempo esperando um dono, haja vista a alta rejeição a cores como amarelos, verdes, laranjas, e demais cores que fujam da sobriedade tradicional e popular do preto, branco, cinza e prata.
Além disso, outro fator que pode motivar a desvalorização do seu automóvel são a ausência de equipamentos interessantes à comodidade do consumidor. A exemplo, de nada adianta estar revendendo um veículo popular, de cor sóbria, bem conservado, sem um item fundamental como o ar-condicionado.
Em certas regiões do país, esse acessório é visto mais como uma indispensabilidade do que um opcional, tornando o veículo menos equipado, consequentemente, menos interessante.
Carros que mais desvalorizam versus Carros que menos desvalorizam
Certo, agora você já conhece os principais mecânicos da desvalorização durante a precificação do seu carro. Agora, como em um exercício de contextualização, você terá a oportunidade de ver os veículos que mais e menos desvalorizaram no mercado nacional, identificando sua carroceria, montadora, ano, valor de mercado.
Afinal de contas, apenas observando todas essas variáveis que se torna possível compreender e precificar um veículo, diferindo e muito da média básica de valores de venda calculado pela tabela Fipe de automóveis.
Os carros que menos desvalorizam
Honda HR-V, desvalorização de 4,5%
Como já citamos, trata-se de um absoluto sucesso de vendas que conquistou o consumidor brasileiro pelo conforto embarcado e desenho arrojado. Aqui, contribuem para a baixa desvalorização: a montadora Honda, a carroceria SUV, o momento do mercado e os itens de conveniência.
Jeep Renegade, desvalorização de 6,4%
Outro sucesso consagrado de vendas, que conquistou o consumidor pelos mesmos motivos do anterior, embora possua um porte e proposta mais esportivo, conquistando o público mais jovem. Aqui, contribuem para a baixa desvalorização: a carroceria SUV, o momento do mercado, o status de importação da montadora Jeep e os itens de conveniência.
Chevrolet Onix, desvalorização de 8,3%
Sucesso de vendas enquanto o modelo popular mais conhecido e vendido do Brasil. Sua ampla popularidade, como um carro de entrada, com baixo custo de manutenção, contribuem para essa desvalorização.
Land Rover Discovery Sport, desvalorização de 9,3%
Aqui, estamos em outro mundo, pois não se trata de um sucesso de vendas, mas de um absoluto suprassumo do mercado de veículos de luxo. Contribuem para a baixa desvalorização: a carroceria SUV, o fator luxo corroborado pela montadora Land Rover e a taxa flutuante do câmbio, por ser um veículo importado.
Volkswagen up!, desvalorização de 9,4%
O compacto da VW repete a fórmula do sucesso do Ônix a sua própria maneira. Compacto, seguro, potente, tecnológico e em relação à categoria, refinado, acabou conquistando as garagens e corações de muitos consumidores. Contribuem para a desvalorização baixa, o fato da montadora ser da VW e a popularidade do modelo.
Os carros que mais desvalorizam
Citroën C3 Picasso, desvalorização de 22,2%
Aqui começam as desvalorizações violentas. As marcas francesas definitivamente entraram no Brasil com o pé esquerdo, apesar de oferecerem bons modelos, nunca encontraram um bom acerto para os asfaltos lunares do país, com veículos apresentando problemas de suspensão com certa frequência. Para além disso, reforça a má fama, o serviço de pós-venda desqualificado e pouco presente nas cidades brasileiras.
Chery Tiggo, desvalorização de 21,9%
O Tiggo é azarado por sua condição de novato no mercado. A Chery, assim como Lifan e JAC, são marcas chinesas que começaram a desembarcar no mercado nacional, ainda sujeitas ao preconceito do desconhecimento do consumidor brasileiro. Apenas o tempo e a qualidade dos próximos lançamentos poderão gerar aproximação entre o consumidor e as marcas, assim como um dia aconteceu com Toyota e Honda, e Hyundai e Kia.
Jac J3 Turin, desvalorização de 21,1%
Novamente, repete a cesta de motivos que acomete os modelos chineses, recentes no mercado nacional.
Depreciação de carro: tabela Fipe versus valor de mercado
Tratar a Fipe como uma tabela de desvalorização de carros pode acabar sendo o maior erro de quem quiser negociar um carro. Como dito antes, a tabela Fipe no Brasil não considera vários quesitos se tratando de depreciação de carro: quilometragem, situação de mercado e estado de conservação são apenas alguns deles. Portanto, é fundamental saber como consultar a tabela Fipe corretamente.
Inclusive, um carro que esteja com a carroceria inteira, mecânica boa e com o histórico de revisões perfeito pode acabar tendo um valor no mercado maior do que o presente na tabela Fipe.
Nessas situações, o proprietário pode acabar perdendo dinheiro se decidir executar a venda pelo valor da tabela. Pensando em um caso de caráter oposto, também não faz sentido cobrar o valor da Fipe por um carro amassado, endividado e que não foram feitas as revisões. Por mais que, na tabela esteja um certo valor para esse modelo, nesse caso, o carro não chegaria nem perto do montante da tabela Fipe.
Portanto, para determinar o valor de um veículo, tanto para compra quanto para venda, o mais sensato e justo é avaliar completamente todos os quesitos que poderiam desvalorizá-lo, a fim de colocar um preço correto — reitera-se: o valor final pode acabar sendo tanto menor quanto também maior do que o da tabela Fipe de carros.
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Conta pra gente, você curtiu este megapost esmiuçando e os porquês dos carros que mais desvalorizam em detrimento dos carros que menos desvalorizam? Então, agora que já entendeu melhor sobre esta tabela de preços de carros, aproveite o seu interesse no tema, assim como a sua visita em nosso blog para ler agora mesmo o post Saiba como fazer o cálculo de depreciação do seu veículo, posicionando o seu modelo com coerência no mercado!