Veja o que significa e quais os procedimentos que devem ser seguidos na (ainda necessária) fase de amaciamento do motor de um carro 0km.
Qualquer um que já tenha comprado um carro 0km com certeza já ouviu falar sobre a amaciamento do motor. Muita gente acha que esse é um procedimento que não é mais necessário. Mas isso não é verdade. A recomendação segue presente nos manuais dos veículos até os dias atuais.
Quando se fala em amaciamento do motor, estamos falando na prática de poupar o motor do carro novo nos primeiros milhares de quilômetros. Isso acontece pois o propulsor possui itens móveis que se movimentam uns contra os outros, causando vários atritos entre os componentes.
Mesmo com a maior precisão na fabricação dos componentes dos propulsores atuais, há um período de conformação entre os componente e o procedimento ainda é fundamental para assegurar o bom assentamento das peças e aumentar a vida útil do motor.

Como era amaciar o motor antigamente
É claro que, no passado, o amaciamento do motor tinha que seguir um procedimento bem mais rigoroso.
Os componentes e os próprios propulsores tinham uma durabilidade menor e exigiam manutenções corretivas e preventivas bem mais frequentes do que nos carro atuais.
Um exemplo é o do utilitário Rural Willys de 1968, para o qual o fabricante recomendava não passar dos 70 km/h nos primeiros 500 km.
Somente a partir de 2.000 km a velocidade máxima poderia ser atingida. Mesmo assim, o manual do proprietário recomendava manter altas velocidades sustentadas apenas a partir dos 5.000 km.
Com o tempo e o avanço nas tecnologia, esses limites foram se tornando menos rígidos. Alguns fabricantes chegavam inclusive a dar orientações contraditórias em seus manuais, dizendo que o procedimento era dispensável (o que certamente ajudou a criar a polêmica ao redor do tema), mas recomendando não abusar do acelerador nos primeiros quilômetros.
Como funciona o amaciamento do motor hoje

As orientações dos fabricantes variam de modelo para modelo e devem ser consultadas nos materiais técnicos do veículo. Porém, algumas recomendações atendem todos os veículos, como por exemplo: não andar em altas velocidades nem acelerar bruscamente.
No manual do Renault Sandero 1.0, por exemplo, a orientação nos primeiros 1.000 km é evitar ultrapassar os 130 km/h ou 3.500 rpm. Condição que permite tranquilamente o uso do veículo em estradas. Já o livreto de orientação do Toyota Etios destaca que o motorista deve pegar leve nas acelerações e na velocidade até os 1.600 km.
Diferente dos carros mais antigos, onde não realizar o amaciamento do motor corretamente prejudicava bastante a durabilidade do conjunto, nos carros atuais não seguir esses procedimentos afeta diretamente o desempenho e o consumo de combustível na comparação com um propulsor amaciado.
Amaciamento dos freios e pneus
Além do motor, também é importante realizar o amaciamento dos freios nos primeiros quilômetros de um carro novo. Isso é necessário para ajustar o atrito entre as pastilhas e os discos, lonas e tambores. Para realizar o procedimento, basta evitar frenagens bruscas.
Os pneus também precisam de um amaciamento para que atinjam a condição de rodagem prevista em projeto. Isso acontece por conta do desmoldante utilizado no processo de fabricação dos pneumáticos. Ele é removido naturalmente com o desgaste nas primeiras centenas de quilômetros.