Dodge Charger brasileiro foi inspirado no americano, mas por aqui derivou do Dart e reúne uma legião de fãs. Conheça sua história aqui.
A Chrysler foi relutante para entrar no mercado automotivo brasileiro, mas acabou por vencida em 1967, quando adquiriu a francesa Simca do Brasil. No começo, a ideia da empresa americana era apenas melhorar a mecânica dos modelos da Simca, mas essa ideia logo se transformou.
Naquela época, o responsável pela Chrysler no Brasil era Victor G.Pike, que teve como primeiro fruto de suas expectativas o Dodge Dart, lançado em 1969.

A Chrysler se concentrou na fábrica da Simca em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde continuou a fazer modelos da Simca até 1970. Quando o Dart chegou ao mercado, os modelos franceses foram enfim enterrados.

O Dart nacional tinha como principais concorrentes o emblemático Chevrolet Opala de 6 cilindros, além do seu arquirrival Ford Galaxie.
Antecessor do famoso Dodge Charger brasileiro, o Dart na versão cupê já nasceu como a opção de entrada, a Standard, com quatro portas, carregando sob o capô o motor V8 da picape D-100 e do caminhão D-400.
No ano de lançamento do cupê, 1971, a Chrysler lançou também uma versão mais simples e barata do Dart, além de já estar se preparando para o lançamento oficial do Dodge Charger.
Dodge Charger no Brasil
O modelo chegou ao mercado em 1971 para representar uma opção mais refinada, luxuosa e potente que seu irmão Dart. O projeto foi apresentado em duas versões, sendo a mais barata LS com motor de 205 cv e a topo de linha R/T capaz de entregar 215 cv de potência.

Na época, o Charger era o veículo mais potente do Brasil, além disso possuía tecnologias automotivas muito atraentes para os carros da época, pois vinha equipado com ar-condicionado, direção hidráulica, freios a disco dianteiros, transmissão manual de quatro marchas ou a automática de três velocidades.
Versão americana do Dodge Charger O Dodge Charger brasileiro
A versão R/T ostentava uma grade cromada sobre os faróis e faróis de milha, estes na cor amarela. Além disso, o cupê tinha teto e colunas em vinil preto, pneus com banda de cor laranja, diferente da LS, que era branca.
Em 1973, o modelo ganhou faróis duplos e grade quadriculada em duas partes. Esteticamente, a nova versão ainda recebeu falsas entradas de ar, controle interno de retrovisor, luzes de emergência, novas lanternas e painel em alumínio escovado.
Em 1974, o veículo recebeu melhorias importantes, entre elas uma tecnologia responsável por reduzir o consumo de combustível em plena Crise do Petróleo.

Chamada de Fuel Pacer System, a novidade se baseava em um alerta visual na luz guia de direção exterior, quando era detectado consumo excessivo, indicando ao motorista para pegar leve nas acelerações, já que “afundar” o pé no acelerador gerava mais consumo.
Esteticamente, o modelo voltou a usar as faixas laterais nos para-lamas traseiros, tal como entradas de ar falsas redesenhadas e portas pintadas de preto com friso cromado.
No ano seguinte, a Chrysler introduziu uma campanha de troca de peças grátis até 12.000 km rodados ou seis meses de uso, mesmo já tendo garantia de dois anos ou 36.000 km rodados.
Em 1976, o Dodge Charger perdeu a versão de entrada LS e algumas modificações mecânicas fizeram a versão solo R/T perder potência, passando a gerar “apenas” 205 cv de potência.
Chegando ao fim dos anos 70, o Charger recebeu ajustes no carburador para reduzir ainda mais o consumo de combustível. Mais alterações estéticas foram feitas e na linha 79, o modelo recebeu a companhia do cupê Magnum ao lado do Dart.

Quanto ao posicionamento no mercado, a chegada do Magnum fez o Charger descer um degrau, porém, o clássico ainda tinha atributos importantes. O Charger foi o primeiro carro nacional com rodas de magnésio e na linha 80, ganhou uma nova caixa automática, já no período VW, que adquiriu a Chrysler do Brasil no início de 1979.
Depois de exatos dez anos, a produção do Dodge Charger chegou ao fim por aqui. Além dele, todos os modelos da Chrysler, inclusive os caminhões, pararam de ser produzidos no Brasil em 1981.
Para se ter dimensão do sucesso dele no Brasil, até 1981, o Dodge Dart e seus derivados (como o Charger), tiveram 93.008 unidades fabricadas e comercializadas por aqui. Um número de respeito!
One Comment
Parabéns pela reportagem, o Dodge Charger R/T 1968, e 1969 na minha opinião, são os carros mais bonitos, e a foto dos Chargers brasileiros estão lindíssimos!!!
parabéns, é o carro do sonho de consumo.