A versão GTI 16V do Gol foi a última e mais extrema configuração esportiva do icônico hatch compacto da Volkswagen.
A sigla GTI é utilizada desde o 1976 para designar as versões mais esportivas dos carros da Volkswagen. Se no exterior o mais simbólico deles é o Golf, no Brasil, é o Gol GTI que representa muito bem esse papel.
Apresentado no Salão do Automóvel de 1988, o Gol GTI se destacava em relação ao GTS pelo motor AP-2000 de 120 cv, que trazia injeção eletrônica de combustível. A primeira usada em um carro fabricado no Brasil.

Seis anos depois, o esportivo seguiu as mudanças do restante da linha e passou a ser vendido em uma segunda geração. De linhas arredondadas, embora com a mesma plataforma, rendeu ao Gol o apelido de Bolinha.
O novo Gol GTI trazia o mesmo motor 2.0 8V do antecessor. Porém capaz de extrair 109 cv com uma nova injeção e novas regras de emissões. A velocidade máxima era de 185 km/h e o esportivo fazia de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos.
Números que já não assustavam em um mercado cheio de novidades. Além de importados como o Honda Civic VTi, tinha a concorrência nacional de modelos como o Chevrolet Corsa GSi, que apesar do motor 1.6 superava o Gol em velocidade máxima e aceleração. Era preciso mais.
O Gol GTI 16V
Foi dentro desse espírito que surgiu o Gol GTI 16V, em 1995. Partindo da bem acertada base do GTI 8V, a Volkswagen colocou um novo motor 2.0 projetado no Brasil e que reunia uma série de componentes vindos de outras marcas e produtos do Grupo VW.
O bloco era o mesmo do propulsor 2.0 16V usado pelos Audi europeus da época. Mas combinado ao cabeçote do motor 1.8 usado pelo Golf GL. Conjunto que foi casado ao câmbio manual de cinco marchas usado no Audi A4 da época.
O resultado era um motor de 141 cv, que levava o carro de pouco mais de 1.100 kg a acelerar de 0-100 km/h em 10,21 segundos, com velocidade máxima de 203 km/h. Resultados melhores que os do importado Golf GTI oferecido na mesma época no mercado brasileiro.
Casado a esse conjunto, vinha um kit aerodinâmico exclusivo para a carroceria de duas portas, com rodas de liga leve de 15″ e um capô com uma bolha. Ressalto que foi necessário para acomodar o motor com o cabeçote multiválvulas.
O resultado era uma máquina que não tinha nada de popular. Custava de R$ 35.000. Valor que corrigido pelo IPCA fica em torno de R$ 176 mil atuais. Só para se ter uma ideia, o Polo GTS atual parte de R$ 131.690.
GTI G3

Com o lançamento do Gol G3, em 1999, o Gol GTI 16V passou a ser a única versão esportiva do modelo compacto. Apesar da carroceria e interior atualizado, passava a ter apenas a opção das quatro portas e se tornava mais parecido com as versões normais da linha.
Mas o motor 2.0 16V era recalibrado para desenvolver 153 cv e o modelo incorporava ainda airbag duplo. Esse Gol GTI G3 durou pouco tempo. Já em 2000 o modelo era descontinuado sem deixar sucessor, tornando-se um dos modelos mais raros da Volkswagen no Brasil.