Se você já ouviu que é preciso fazer flushing para limpar o motor do seu carro, saiba em detalhes o que é esse procedimento e se ele é correto ou não.
O flushing é um procedimento de limpeza química do sistema de lubrificação do motor que visa eliminar a borra – acúmulo de resíduos de óleo oxidado. Para realizar esta manutenção no carro, o mecânico aplica um solvente com alto teor de aditivos detergentes que dissolve as impurezas impregnadas no motor.
Normalmente, o processo acontece antes da troca de óleo, com o motor em funcionamento em marcha lenta por um determinado período. Depois disso, o fluido é drenado pelo cárter e os restos da borra são eliminados junto com ele. Para muitos, esse procedimento é vantajoso, já que oferece uma limpeza interna em pouco tempo e com baixo custo.
Mas há quem seja contra o flushing, pois alguns mecânicos acham o serviço desnecessário na maioria dos casos. Inclusive, especialistas dizem que a técnica é incapaz de limpar alguns componentes do sistema de lubrificação do motor.
Além disso, há o risco de resíduos de borra não dissolvidos acabarem nas válvulas de admissão e escape, entupindo assim os cilindros, dutos e galerias internas do motor. Itens como anéis, bronzinas e camisas dos pistões também podem ser danificados e, consequentemente, levar ao travamento do motor.
Diante desses riscos, o ideal é a desmontagem do motor para que uma limpeza mecânica associada a produtos específicos seja feita e assim se eliminar toda a borra antes de montá-la novamente e colocar o carro em funcionamento. Para carros novos, o flushing não se justifica.
Mas vale a pena fazer o flushing para limpar um motor mais antigo?
Assim como no motor novo ou seminovo, existem perigos ao realizar o flushing nos motores mais antigos. Nos modelos mais velhos, a limpeza química pode ser bastante nociva – ainda mais se não for acompanhada em seguida da troca do óleo lubrificante.
Ao realizar esse procedimento, a carbonização e outros resíduos que se desprendem das válvulas de admissão e escape e dos pistões costumam contaminar o óleo. Especialmente o carvão traz partículas sólidas que, se ingressarem no circuito de lubrificação, causam riscos, trazendo a possibilidade até de o propulsor engripar e parar de funcionar.
A técnica do flushing utiliza produtos que podem ser adicionados diretamente no tanque ou no cárter, com o objetivo de remover a carbonização naturalmente causada pela queima do combustível e do lubrificante consumido no processo.
O carbono incrustado nas válvulas afeta sua estanqueidade e traz perda de desempenho. No caso do carbono acumulado na cabeça dos pistões, há risco de queima descontrolada, que resulta na famosa pré detonação ou batida de pino.
Como evitar a carbonização do motor?
Para evitar a carbonização é recomendado utilizar combustível aditivado. Embora a prática não elimine o problema totalmente, ajuda a diminuir o problema. Enquanto a performance do motor não for afetada, a lista de cuidados inclui seguir o plano de manutenção nos prazos e quilometragens indicadas no manual e abastecer em postos de confiança, para minimizar o risco de colocar no tanque um produto “batizado”.
Evite também utilizar óleo do motor que não tenha a especificação recomendada pelo fabricante do veículo ou colocar aditivos no lubrificante. A mistura de produtos não recomendados pode comprometer a eficácia do óleo e formar borra.
Além disso, o ideal é seguir rodando sem realizar nenhum procedimento de limpeza química e sem descuidar das práticas indicadas acima, até chegar a hora de fazer a retífica e a limpeza criteriosa das peças internas após a desmontagem do motor.
Conclusão: Não vale a pena realizar o flushing
Com tantos argumentos contrários, a melhor decisão a se tomar é não fazer o flushing. Apesar do serviço ter um custo mais convidativo que uma limpeza completa, o mais indicado é levar o veículo a uma oficina para que um especialista verifique a necessidade de desmontar o motor para que seja feita a manutenção correta.