A calibragem do pneu é fundamental para garantir a segurança e o conforto dos passageiros. Saiba como descobrir qual é a correta para o seu carro.
Texto: Evandro Enoshita
Nem muito ar, nem pouco ar. Manter os pneus do seu carro dentro da faixa de pressão recomendada pelo fabricante do veículo é fundamental para garantir a segurança e o conforto dos ocupantes e também para assegurar a durabilidade dos pneumáticos. Mesmo em carros que passam a maior parte do tempo parados, é fundamental fazer esse controle semanal da pressão.
De acordo com a fabricante Michelin, é normal que os pneus percam cerca de um libra por mês. Mas essa perda de calibragem do pneu pode ser acelerada por fatores como danos na roda, pequenos furos no pneu, ou falhas de vedação por conta de problema na válvula ou até pela falta da tampinha. Esse controle deve ser feito sempre com os pneus frios (que rodaram por menos de 3 km ou mais de duas horas). Caso contrário, a recomendação da Michelin é adicionar de 4 a 5 libras e depois repetir a verificação novamente com o pneu frio.
O controle da calibragem do pneu deve ser feito mesmo no caso dos pneus que são preenchidos com nitrogênio, gás que permite manter a pressão correta por mais tempo. Isso acontece por conta dos mesmos fatores que aceleram a perda de ar nos pneumáticos calibrados com ar atmosférico. O ideal seria que cada motorista contasse com o seu próprio calibrador. Mas sabemos que a grande maioria recorre aos postos de combustíveis para fazer esse acerto de pressão. É nisso que o motorista precisa ficar bem atento, já que os fabricantes de pneus alertam que não existe lei que obrigue os postos a aferir esses calibradores, que podem apresentar grandes oscilações em relação aos valores reais.
A pressão ideal dos pneus pode ser consultada no manual do proprietário do veículo ou em adesivos colocados pelo fabricante em pontos da lataria, como a coluna central das portas ou a portinhola do tanque de combustível. Os pneus até contam com uma marcação de pressão. Mas ela não deve ser utilizada como parâmetro correto para o automóvel, já que indicam a calibragem máxima suportada pelo pneumático.
É importante lembrar que a calibragem ideal oscila de acordo com lotação de carga e passageiros do automóvel, então é fundamental fazer essa alteração de pressão também sempre que for partir e depois de voltar de uma viagem com a família. Ao calibrar os quatro pneus, não se esqueça de verificar também o estepe.
O ideal é colocar de uma a duas libras a mais, ou respeitar as orientações do fabricante do veículo. Se possível, baixe a calibragem da roda sobressalente no momento do uso para se adequar às rodas em rodagem. Alguns modelos de veículo contam também com uma orientação de calibragem para rodagem econômica, na qual os pneus recebem mais ar do que o normal. Isso acontece pelo fato de os pneus mais cheios gerarem menos resistência na rodagem. Um exemplo é o Jeep Renegade: no manual da linha 2021, a montadora recomenda para as versões flex 32 libras nos pneus dianteiros e traseiros, para o carro com meia carga, e 38 libras nos dois eixos para a rodagem mais eficiente.
Uma das raras ocasiões em que se recomenda baixar a pressão dos pneus abaixo daquela recomendada pelo manual é no uso off-road, já que uma pressão mais baixa ajuda na aderência em pistas com lama. Mas isso deve ser feito com cuidado e de maneira gradual, para evitar problemas com a soltura do pneu da roda. Voltando para o asfalto, voltam a valer as regras de uso estipuladas pelo fabricante do veículo.
Efeitos da calibragem do pneu incorreta
São várias as razões para manter a calibragem dentro dos padrões estabelecidos pela fábrica. Pneus com menos ar do que o necessário desgastam de maneira irregular e correm mais riscos de sofrerem danos na sua estrutura, fatores que afetam bastante a durabilidade. Outro motivo é a maior resistência oferecida na rodagem, contribuindo para o aumento no consumo de combustível. Ainda segundo a Michelin, um pneu com calibragem 20% abaixo do recomendado pode render 20% a menos de quilometragem. Isso equivale a uma perda de 8.000 km em uma possível quilometragem de 40.000 km.
Por conta da alteração da área de contato dos pneus com o solo, a estabilidade do veículo também fica comprometida, assim como aumenta o risco de aquaplanagem em pista molhada mesmo em velocidades baixas, já que essa deformação afeta a capacidade de drenagem do pneumático. Em casos mais extremos, existe inclusive o risco de soltura do pneu da roda em curvas. De acordo com a Pirelli, a distância de frenagem está relacionada à pressão do pneu. Em uma velocidade de 100km/h, a distância de frenagem com pneus corretamente inflados será de 40m. Já com os pneus murchos, a distância aumenta para 42,2m.
Boa parte desses problemas está presente também ao usar pneus em calibragens muito acima da recomendada pelo fabricante. Mas além da perda de conforto para os passageiros, essa prática acelera o desgaste dos componentes da suspensão e altera a área de contato do pneu com o solo, afetando a estabilidade do automóvel da mesma forma que um pneu com pouco ar. Além desse cuidado com a calibragem dos pneus, outros hábitos de manutenção recomendados pelos fabricantes de pneumáticos são a realização do rodízio, a cada 5 mil ou 10 mil km, e a realização periódica do alinhamento de direção e do balanceamento das rodas. Medidas que além de contribuir para o conforto dos ocupantes, ajudam a prolongar a vida útil do produto.
3 Comments
Me interessei, devido me ajudar a conduzir meu veículo mais perto do correto,e com mais segurança.Dede já fico muito agradecido pelas orientações.
Bom dia minha moto XRE 190 troquei os pneus originais pelo modelo slinck tá marcado no pneu 33 psi ,posso calibrar como tá marcado no pneu?
Olá, tudo bem? Este valor, provavelmente, é considerado o limite para este pneu, não a calibragem ideal para o uso em sua moto. Recomendo procurar uma loja especializada no serviço para que possam recomendar qual a calibragem correta. Como via de regra, você deve manter a calibragem do pneu original.